Sócios votam ‘sim’ em Assembleia, e eleição no Flu será antecipada
Assembleia Geral realizada nas Laranjeiras, neste sábado, decidiu a alteração do estatuto e a antecipação da eleição presidencial de 2019
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Vitória do 'sim' no Fluminense. Os sócios do Tricolor votaram, neste sábado, nas Laranjeiras, e decidiram pela mudança do estatuto do clube que permite, entre outras alterações, a antecipação da eleição presidencial de 2019. O pleito teve 812 (81%) votos a favor da mudança e 179 contra. Três pessoas anularam. De 10.501 sócios aptos a votarem, apenas 994 compareceram.
Algumas pessoas que acompanhavam a apuração ensaiaram um pedido de recontagem dos votos, mas desistiram. Os votos foram registrados em cédulas de papel e, por isso, o resultado oficial demorou pouco mais uma hora, saindo às 19h10 (de Brasília).
A antecipação das eleições foi a forma encontrada por Pedro Abad para deixar o cargo sem renunciar. Com isso, o clube vai registrar a ata em cartório e, a partir dai, Fernando Leite, presidente do Conselho Deliberativo, que terá que convocar novas eleições a qualquer momento para decidir quem será o novo presidente. Entre os favoritos a disputar o pleito, estão Mário Bittencourt, junto a Celso Barros e Ricardo Tenório, e Pedro Antônio.
Apesar de ainda não ter uma data marcada, a tendência é que o pleito seja marcado para março. O novo presidente governará o clube pelos próximos quatro anos - número que também foi alterado na Assembleia, pois o estatuto indica que os presidentes atuem em triênios. Caso o 'não' vencesse, Abad seguiria no seu cargo até o final de 2019.
O pleito transcorreu com tranquilidade na parte de dentro do clube, mas protestos do lado de fora. Desde às 9h, começo da votação, membros da situação e oposição ocuparam a sede. Abad foi votar cerca de 11h50 e permaneceu no clube até o final da apuração.
A votação marca um fim de ciclo para Abad. Enquanto presidente, foi duramente ameaçado por torcedores nos últimos meses. O mandatário sempre afirmou que tinha condições de continuar, mas avaliou que o clima não é favorável. Antes do pleito, houve uma conversa com os possíveis candidatos a presidente para definir os termos da mudança do estatuto e da eleição.
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Possíveis concorrentes
A tendência é que as novas eleições girem em torno de duas chapas. Mário Bittencourt carrega o status de "real opositor" desde o início da campanha e conta com apoio massivo nas redes sociais. É visto como o "original" e divide o trio com Ricardo Tenório - que também é cotado para ser cabeça de chapa - e Celso Barros, visto como peça importante para composição da mesma. O nome escolhido ainda não está definido e só deve ser revelado após a Assembléia.
Do outro lado, Pedro Antônio carrega a sua alta popularidade entre os torcedores e a sua baixa rejeição apesar da ligação política recente. Não à toa, é rotineiramente caçado por torcedores para tirar fotos em jogos no Maracanã. É visto como nome ideal para concorrer contra Mário Bittencourt ou Ricardo Tenório. O status de "mecenas" em plena crise financeira do clube também o favorece.
Entenda o caso
A instabilidade política do Fluminense começou a ficar mais presente em julho de 2018. Em reunião do Conselho Deliberativo, a oposição tentou protocolar pela primeira vez o pedido de impeachment. Enquanto isso, torcedores fizeram um protesto com arremessos de explosivos, pedras e até cavalete de metal, e tentaram invadir a sede. No fim, o grupo Unido e Forte segurou a lista para tentar conseguir mais assinaturas.
Depois de acusações, quebras de alianças e polêmicas, o Unido e Forte, antes parte do grupo de apoio, protocolou o pedido de impedimento em 17 de agosto. Naquela ocasião, 77 pessoas assinaram a peça. Os grupos 'Pró Flu', 'Flu +' e 'Tricolor de Coração' também apoiaram a solicitação de afastamento do mandatário.
A Comissão para Assuntos Disciplinares do Conselho Deliberativo do Fluminense julgou procedente o pedido, dizendo que oito dos 10 itens elencados no documentos foram aceitos. No dia 20 de dezembro, o quórum mínimo para a votação do impeachment não foi atingido pelo Conselho e o processo foi arquivado. Abad, no entanto, declarou que queria promover uma Assembleia Geral para mudar o Estatuto do Tricolor e antecipar as eleições.
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