Depois de um bom primeiro tempo, o Fluminense pagou pela falta de atenção nos primeiros segundos da etapa complementar e ficou apenas no empate por 1 a 1 contra o Botafogo. Um dos maiores problemas da equipe na partida ficou no meio de campo e mostrou, desta vez com ainda mais clareza, os desafios da equipe no setor.
Dando muito espaço e com linhas distantes, os volantes e os jogadores ofensivos não conseguiram encontrar o melhor posicionamento e sintonia. Por isso, também, Paulo Henrique Ganso teve uma atuação abaixo do esperado em seu primeiro clássico pelo Flu, apesar de ter feito o gol tricolor. Com Luciano em campo, os dois avançam muito e fazem praticamente a mesma função, sem se entender.
Em alguns lances, o camisa 10 tentou aproximar ataque e defesa, mas a pouca velocidade também atrapalha. Não só dele, mas também de jogadores como Bruno Silva e Airton. Com isso, a equipe tricolor não consegue tirar o melhor de seu principal atleta e paga caro pelos espaços.
Ganso vê os passes de qualidade como a maior qualidade que pode dar time do Fluminense. No lance de seu gol, o meia começou a jogada quase parado na meia-lua e foi avançando sem chamar a atenção da marcação. Solto, completou a bola de Everaldo. Se conseguir acertar com Fernando Diniz o melhor modo de se comportar em campo, pode se destacar ainda mais. Uma das chaves para isso, que o treinador ainda não mostrou indícios de seguir, é a mudança nos titulares.
Falta poupar
Mesmo chegando ao quinto jogo no mês, o técnico Fernando Diniz não poupou seus jogadores, colando força máxima no clássico. Pela frente, o Fluminense terá o jogo de volta da Sul-Americana contra o Antofagasta, no Chile, e o clássico contra o Flamengo encerrando a primeira fase da Taça Rio. Ainda em março, muito provavelmente fará as semifinais da competição e pode chegar às finais.
- Com certeza pesa a quantidade de jogos, principalmente para mim, que fiquei parado muito tempo. Estou conseguindo fazer uma sequência boa de jogos. Precisamos descansar e pensar no jogo do Chile - avaliou o lateral-direito Gilberto após a partida.
- É normal que tenha um cansaço nas partidas, porque o time vem jogando sempre. O Diniz sabe o trabalho que está fazendo. Quando for para descansar, ele vai fazer isso. Até brinquei com o treinador de goleiros que quero jogar sempre. Essa reta final não temos muito tempo para isso. Precisamos treinar intensamente e o descanso fica para depois - disse o goleiro Rodolfo.