Não demorou para Yony Gonzalez cair nas graças da torcida do Fluminense. Os seus gols - e também as suas dancinhas - fizeram com que o colombiano entregasse um belo cartão de visitas. Entretanto, ele não foi o primeiro. Há 12 anos, outro atacante chamava atenção pelo seu estilo. Somália, que defendeu o clube entre 2007 e 2008, falou ao LANCE! sobre a fase do seu "sucessor" e fez um pedido curioso.
- Eu fico feliz que os gols estão vindo e os torcedores estão felizes. O futebol tem ficado muito chato, você faz o gol e não tem a sua forma de se expressar. A dancinha é uma forma é bacana, é um momento de alegria. Quando o vi pela primeira vez, vi que teria sucesso. Ele entrou nas graças da torcida, está jogando em um time onde a torcida abraça. Tenho certeza que é mais um ídolo que pode vir para o Fluminense - declarou Somália, antes de torcer por um gol em um Fla-Flu:
- Quero que ele marque em um Fla-Flu, tem que tirar onda, fazer a dança que está no momento. Que ele realmente possa estar em uma momento glorioso. Tive a honra de fazer um gol aos três minutos de um Fla-Flu. Brinco que o Renato (Gaúcho) fez de barriga e eu fiz de canela. Seria interessante.
Yony Gonzalez já ganhou até música da torcida do Fluminense - com direito a provocação ao uruguaio Arrascaeta, contratado pelo Flamengo nesta temporada. Apesar da rivalidade, Somália mantém o discurso contra as brigas nas arquibancadas e não gostava de ser desrespeitoso. Mesmo que o Fla-Flu ocorra, que siga em paz.
- Estadio não é pra brigar. No Brasil, tem pessoas que vão com esse intuito de brigar e é desagradável. É momento de levar a sua família. Se não provocar a ponto de se sentirem ofendidos, é válido. Cada um tem a sua maneira, cada um tem seu habito. Todas as vezes que tive o privilégio de fazer os meus gols, nunca desrespeitei as torcidas adversárias. Todo mundo sempre elogiou minha dança.
Aos 41 anos, Somália afirma que segue acompanhando o Fluminense e tem um carinho especial pelo clube. Entretanto, um outro lado do atleta dançarino se revela após o período pelos gramados: o atleta social. Atualmente, o ex-atacante cuida de um projeto que busca auxiliar crianças na escola na capital de Minas Gerais.
- Joguei em vários clubes, mas tenho um carinho muito grande pelo Fluminense. Eu estou acompanhando mais esse ano. Ano passado dei uma afastada, até porque recebi convite para voltar a jogar. Tenho o meu projeto que tem 1.350 crianças, onde elas não pagam nada para jogar, mas precisam ter boas notas na escola. Na região, o projeto ajudou a diminuir o índice de homicídios, de HIV, se chama "show no esporte e na escola", lá em Belo Horizonte.