Venda de Luiz Henrique preocupa e reflete dificuldade de negociação do Fluminense por jovens talentos
Fluminense encaminhou a venda de Luiz Henrique para o Betis por 13 milhões de euros; parte da torcida não gostou, alegando que o retorno financeiro poderia ser maior
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O último sábado foi marcado pela notícia da venda encaminhada de Luiz Henrique, uma das joias mais promissoras da base do Fluminense. Depois de uma temporada de destaque, o atacante chamou a atenção de clubes da Europa e está perto do Real Betis por 13 milhões de euros (R$70 milhões na cotação atual). O valor da transferência gerou a insatisfação de torcedores do Flu, que fazem campanha nas redes sociais pela permanência do craque. Contudo, não é de hoje que o clube negocia atletas de destaque por valores considerados baixos.
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Nos últimos anos, o Flu tem utilizado a venda de revelações para recuperar a receita. Na pré-temporada, Nino e Gabriel Teixeira chegaram a ter a saída confirmada, mas fatores externos impossibilitaram as transferências. Assim, Luiz Henrique se tornou a única opção para fazer uma negociação de peso ainda no início desta temporada. A quantia do acerto com o Betis foi questionada por parte da torcida e imprensa, que consideram o jogador mais valioso que R$70 milhões. Depois da notícia, torcedores viralizaram a tag "#70MilhõesNão" no Twitter e organizaram um protesto na sede de Laranjeiras.
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Além da quantia, o momento da transferência também preocupa. Luiz Henrique deve integrar o Betis em julho, pouco depois do início do mata-mata na Libertadores, marcado para o dia 29 de junho. Então, se o Fluminense entrar na fase de grupos e avançar para a fase final da competição, terá um prejuízo técnico grande. A perda do talento individual do camisa 11 já é um fator de peso, agravado pela quebra de entrosamento no setor ofensivo do Fluminense em um momento decisivo. Até agora, não existe previsão de quem pode ocupar o lugar do atacante.
O valor pré-estabelecido antes do Brasileiro e da fase de grupos da Libertadores também não agrada. Em ascensão, Luiz Henrique ainda pode se valorizar até julho. O momento do euro é outro ponto desfavorável: por causa da guerra na Ucrânia, a moeda teve a sua maior queda em relação ao dólar desde 2020 e ainda não se sabe quando o mercado irá se recuperar, ou qual será o impacto final desta crise no futebol da Europa. Os dados são da revista 'Valor Econômico'.
Embora a situação de Luiz Henrique seja alarmante, a venda de Moleques de Xerém por valores considerados baixos vem acontecendo há anos. Casos como o de Richarlison, vendido por 12,5 milhões de euros, de João Pedro, por 11,5 milhões de euros, de Kayky, por 10 milhões de euros, e de Metinho, por 5 milhões de euros, são comuns na administração tricolor. Outro episódio foi o de Marcos Paulo, que saiu do Fluminense de graça após o clube recusar propostas de times europeus para valorizá-lo no mercado da bola. Na maior parte das vezes, o dinheiro foi utilizado para diminuir a dívida trabalhista de Laranjeiras.
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Ainda que precise do retorno financeiro para seguir em ritmo de reestruturação, o Fluminense pode perder uma chance de estabelecer uma posição frente ao mercado europeu. O clube já é conhecido no continente por revelar jovens talentos, mas ainda não encontrou o meio-termo nas negociações. Pelo imediatismo, o Tricolor não consegue nem a quantia que pode realmente fazer a diferença, nem êxito na sequência do elenco durante as competições, que também contribuem para o caixa.
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