Fluminense exagera nas chances desperdiçadas e é punido com frustração nos acréscimos
Tricolor não conseguiu converter as oportunidades criadas em gols para matar o confronto. Vasco se classificou para a final ao marcar aos 49 minutos do segundo tempo
'Não matamos'. Foi com essa frase que Abel Braga sintetizou a derrota diante do Vasco, nesta quinta-feira (29), no Maracanã. Chances não faltaram para o Fluminense, mas o castigo veio com requintes de crueldade. Punido por não saber definir o confronto, viu o Vasco marcar no último minuto e se classificar para a final do Campeonato Carioca.
- Tivemos chances em contragolpes, Marcos Junior, Pablo Dyego e Ibañez. Mas não matamos. Faltou um pouco de discernimento nosso. Vou dormir pensando nisso. Falei para eles, podíamos ter matado o jogo. Eles estavam muito abatidos - declarou o treinador na coletiva.
O abatimento é normal para quem tinha o jogo na mão. Exatamente, até os 49 minutos do segundo tempo. Diante de um rival que se lançou desesperadamente para o ataque em busca do resultado, o Fluminense soube aproveitar os espaços e criou chances com facilidade. Concluir e matar a semifinal foi o problema.
Não foi uma partida exemplar do Fluminense. Pelo contrário. A marcação alta imposta pela equipe de Zé Ricardo sufocou a saída de bola tricolor, que viu seus zagueiros rifarem a bola de forma exagerada. Os laterais, travados na marcação, não conseguiam avançar. Após um drible constrangedor de Yago Pikachu em Richard, o Vasco abriu o placar com Giovanni Augusto.
Na metade do primeiro tempo, o Fluminense mostrou exatamente aquilo que faltou no fim do jogo: tranquilidade para não se desesperar. O Vasco não manteve a marcação alta e o Tricolor retomou o controle da partida. Foi questão de tempo para empatar. No segundo tempo, não demorou para conseguir a virada. Então, vieram as chances desperdiçadas.
Sornoza chutou por cima. Pablo Dyego errou o alvo. Ibanez cabeceou rente à trave. Marcos Junior foi travado na hora do chute. Foram inúmeras chances para fazer o terceiro e matar partida. Não matou e custou caro. Vivo, o Vasco empatou com Paulinho na primeira chance que teve. Faltavam dez minutos no cronômetro e faltou tranquilidade para o Fluminense.
Abel reclamou que sua equipe não soube segurar a bola na frente. O rival pressionava e o Fluminense se limitou a tirar bolas da área, perdendo o controle e se desesperando. O castigo veio no último minuto, mas poderia ser em qualquer lance anterior. O cenário mostrava que a virada do Vasco também era questão de tempo.
Como consolação, o Fluminense do primeiro tempo serve de exemplo para como se portar e reagir após um gol sofrido. A virada veio com méritos de uma equipe que soube se reorganizar. Como lamentação, o mesmo time que se desesperou no segundo tempo e foi encurralado pela pressão do Vasco. Foi assim também contra o Flamengo, na Copa Sul-Americana de 2017.