Willian confia em ótima temporada no Chelsea: ‘Esse vai ser o meu ano’
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, brasileiro fala sobre a expectativa no clube para 2017/18, sua relação com Mourinho e Conte, e os problemas que o levaram à reserva
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O Chelsea terá pela frente grandes desafios na temporada. Atuais campeões da Premier League, os Blues defendem o título e estão de volta à Liga dos Campeões, além de disputar as copas nacionais. Para ter sucesso em todas as frentes, é preciso um elenco forte e numeroso, algo que a equipe ainda não tem. E ainda perdeu Hazard, que vai ficar alguns jogos fora por estar se recuperando de lesão. Em seu lugar vai atuar o meia Willian.
Em entrevista ao LANCE!, o brasileiro acredita que 2017/18 será a sua temporada. Willian explicou a sua queda de rendimento durante a conquista da Premier League e citou problemas pessoais. Além disso, falou do estilo Antonio Conte, do problema envolvendo o atacante Diego Costa e a negociação que quase o levou para o Manchester United de José Mourinho.
Qual é o maior desafio para defender o título inglês nesta temporada?
O maior desafio é conseguir manter o mesmo nível elevado que imprimimos na temporada passada. Agora, temos que manter esse ritmo nesta temporada. Não é fácil chegar em um nível, mas manter é muito mais complicado. Esse é o nosso principal desafio, de manter a mesma intensidade, qualidade, postura de jogo que nós fizemos na temporada passada.
Times como Manchester United e Manchester City contrataram mais nesta janela de transferências. Você acredita que eles saem na frente na busca pelo título?
Creio que não. Claro que eles contrataram jogadores de muita qualidade, se reforçaram bem. A nossa equipe também vem, aos poucos, se reforçando. Foram quatro jogadores contratados até o momento. Na Premier League, é sempre difícil. Não tem como apontar o time que vai sair na frente, quem vai ser campeão. Os jogos são sempre muito complicados, até contra equipes de menor expressão. Só depois que começar o campeonato para poder apontar quem está à frente.
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O Chelsea começou a última temporada desacreditado, por conta da má campanha no ano anterior, e acabou com o título. Agora, os holofotes também estarão em cima de vocês. Como lidar com essa pressão? O Chelsea é um dos favoritos?
Por se tratar de um clube grande, com jogadores de imensa qualidade, tem condições de ser favorito, assim como outros clubes grandes da Inglaterra. A responsabilidade aumenta ainda mais depois de você ser campeão. Você não pode ter rendimento abaixo, tem que manter o mesmo nível que estava tendo. Nós jogadores sabemos disso, o quanto esta temporada vai ser difícil, mas fizemos uma excelente pré-temporada. Os jogadores estão cientes do que vêm pela frente.
Quem são os maiores rivais do Chelsea nesta edição do Campeonato Inglês?
Há vários times fortes e grandes no Campeonato Inglês: Tottenham, Arsenal, Manchester City, United, Liverpool... São clubes que sempre estão brigando na parte de cima da tabela. Não podemos deixar de citar as outras equipes. Mesmo sem muita expressão, mas que incomodam bastante, dificultam muito, têm jogadores de qualidade. Por isso a Premier League é um dos melhores campeonatos do mundo, se não for o melhor.
O que faltou ao Chelsea na temporada 2015/16, quando vinha do título e ficou no meio da tabela? Houve algum tipo de conflito do grupo com o técnico José Mourinho, que acabou demitido no meio da temporada?
Não. Foi pelo fato de termos iniciado muito mal a competição e, depois para reverter a situação, ficou muito complicado. Sempre importante começar bem para no decorrer da competição dar sequência ao trabalho. Foi isso que aconteceu. Não tínhamos problemas com Mourinho, havíamos sido campeões na temporada anterior do Campeonato Inglês e da Copa da Inglaterra. Mas aí começamos mal e pagamos o preço no final.
O Manchester United, atual clube de Mourinho, tentou a sua contratação na janela de transferências. Como foi esse contato? Como é sua relação com o treinador?
Os contatos foram feitos por meio do meu empresário. Claro que a gente fica feliz quando há clubes interessados no seu futebol. Mostra que o seu trabalho está sendo bem feito. Tive a felicidade de trabalhar com o José Mourinho aqui no Chelsea. Fui muito feliz com ele, foi um treinador que me ajudou muito, que confiou no meu trabalho e no meu potencial. Ele me deu moral. Mesmo ele estando no Manchester United e eu no Chelsea, somos amigos. Mas eu defendo as cores do Chelsea, estou feliz aqui. Conquistei muitas coisas aqui, sou grato a tudo que ele fez por mim, aos torcedores. São coisas que ficaram no passado e daqui para frente tenho que fazer o máximo, uma ótima temporada. Creio que esse vai ser o meu ano, o ano de evoluir ainda mais, jogar melhor, fazer mais gols. Adquiri muita experiência ao longo desse tempo. Acredito que esse vai ser um ano muito bom para mim.
O grupo tem uma boa relação com Conte. Como é o italiano no dia a dia? O que mudou da forma como ele se relaciona com os jogadores para a forma como Mourinho fazia?
O Conte é um treinador bem inteligente, que cobra muito, exige bastante nas partes física e tática. Treina forte todos os dias, gosta do trabalho bem feito. Cada técnico tem sua filosofia de trabalho. Nós jogadores temos que acatar as decisões dele. Ele é o comandante da equipe, temos que estar sempre preparados para tudo.
No Chelsea, você briga por um lugar no time titular com Pedro e Hazard. Como é essa disputa?
É uma disputa tranquila. São dois jogadores de qualidade, que foram muito bem na temporada passada. É bom quando tem um grupo assim, com excelentes jogadores, que pode sair um e entrar o outro, que o nível é mantido. Fico feliz de fazer parte de um grupo de jogadores assim.
Você ficou parte da última temporada como opção para a dupla. Como foi a adaptação à mudança do estilo de jogo que Conte trouxe ao Chelsea?
Foram algumas circunstâncias que aconteceram. Eu comecei a temporada como titular, jogando bem. Mas depois aconteceu um problema na vida pessoal que foi a perda da minha mãe. Tive que me ausentar por um tempo. Com isso, o Pedro acabou entrando no meu lugar e teve uma sequência muito boa, jogando muito bem. Depois eu voltei, entendi também o motivo pelo qual fiquei no banco. Não tinha como entrar no lugar de alguém. O time estava bem. Era somente esperar a oportunidade e continuar fazendo o meu trabalho, treinando bem. Quando a chance voltasse a aparecer, entraria e faria o meu melhor em campo. Foi o que eu fiz. Procurei entrar bem, jogar bem quando era chamado. E foi bom para mim essa experiência que eu tive.
Como foi para voltar a focar no time na reta final do Inglês?
Tive o apoio de muitas pessoas, da minha família, o que é muito importante, de amigos. Só Deus mesmo para fortalecer nesse momento muito complicado. Deus me deu forças para retornar bem. Se não fosse a mão dele nesse momento, eu não conseguiria ter voltado bem.
Em que essa mudança no esquema tático após derrota para o Arsenal contribuiu para a conquista do título?
Acho que foi uma mudança que surpreendeu a todo mundo. Ninguém esperava a formação que o Chelsea começou a jogar. Confundiu um pouco os adversários, uma forma bem diferente de jogar, e quando eles se deram conta, já tínhamos engatado uma sequência de 13 vitórias consecutivas. E foi bem difícil conseguir chegar na gente. Foi uma formação boa, nos adaptamos bem a essa nova tática.
Como a lesão do Hazard neste início de temporada pode afetar o rendimento do clube no início? E como pode favorecer a sua volta ao time titular?
Sempre ruim quando acontece uma lesão como a do Hazard. Ficamos tristes, ele um amigo, companheiro, um jogador que eu tenho uma amizade muito grande. A qualidade dele a gente nem precisa falar. A gente espera que ele possa voltar o mais rápido possível e nos ajudar. Mas temos jogadores de qualidade para suprir a ausência dele e que podem fazer a diferença.
O técnico Antonio Conte foi criticado pela forma como conduziu a situação envolvendo Diego Costa. Como isso chegou ao elenco?
Essa é uma questão que circulou na internet, quem acompanha viu. Nós vimos a notícia também. Mas não cabe a nós jogadores. Ficamos tristes de perder um jogador como o Diego Costa, com a qualidade que ele tem, que nos ajudou muito na última temporada e também nas outras desde que chegou ao Chelsea. Ficamos tristes, mas não cabe a nós jogadores. Há pessoas no clube para tomar conta desse caso.
Ele falou algo sobre isso? Ele já revelou onde pretende atuar?
Não, não chegou a falar isso com ninguém, onde vai jogar. Ele deve estar esperando alguma coisa. Mas não chegou a falar com ninguém.
Como a volta do Chelsea à Liga dos Campeões mudou o planejamento do clube para a temporada?
O planejamento do clube sempre é o mesmo. O Chelsea tem uma filosofia, independente de estar na Liga dos Campeões. É claro que quando se trata da competição, para o clube é muito importante. É muito bom disputar a Liga dos Campeões, para o Chelsea, para os jogadores. Mas o planejamento é o mesmo, de conquistar títulos, vitórias, quem sabe chegar à final da Liga dos Campeões, vencer o torneio. Temos de estar preparados para ela.
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