Não é novidade que Jorge Mario Bergoglio era apaixonado por futebol. Mas o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21) aos 88 anos, era um entusiasta dos esportes em geral. Além de atuar como zagueiro, ele chegou a jogar basquete quando jovem — mas sempre reconheceu que não era hábil competindo. O Papa também gostava de exaltar o esporte e usava expressões de algumas modalidades para transmitir mensagens de forma mais simples.
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Em dezembro de 2014, o papa presidiu a Missa dos Desportistas e celebrou o centenário do Comitê Olímpico Nacional Italiano (CONI). Na ocasião, parabenizou a entidade e lembrou dos princípios olímpicos.
— O esporte está em casa na Igreja. O lema olímpico, "Citius, altius, fortius", não é um incitamento à supremacia de uma nação sobre outra, de um povo sobre outro povo, nem mesmo à exclusão dos mais fracos e menos protegidos, mas representa o desafio ao qual todos somos chamados, não apenas os atletas: o de assumir o esforço, o sacrifício, para alcançar os objetivos importantes da vida, aceitando os próprios limites sem se deixar bloquear por eles, mas tentando superar a si mesmo — discursou o Papa Francisco.
O lema citado por Francisco vem do latim e significa "mais rápido, mais alto, mais forte". Consta que ele foi criado pelo padre Henri Didon, amigo do barão Pierre de Coubertin — o fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna —, e adotado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894.
— Os princípios-chave da Carta Olímpica têm entre seus principais propósitos a centralidade da pessoa, a defesa dos direitos humanos e a construção de um mundo melhor, sem guerras e tensões, educando os jovens por meio do esporte, sem discriminação, em um espírito de amizade, solidariedade e lealdade. O esporte sempre promoveu o universalismo entre os povos, a paz entre as nações e o respeito à diversidade. Todo evento esportivo, especialmente as Olimpíadas, pode se tornar um canal de força capaz de abrir caminhos novos e, às vezes, inesperados para superar conflitos — continuou o Papa Francisco naquele discurso de aniversário do comitê italiano.
Papa Francisco comparou jogo de basquete à atuação de padres
Três anos depois, durante um encontro com padres de Roma na Basílica de São João de Latrão, o Sumo Pontífice usou o basquete como metáfora para explicar a missão deles.
— Para um sacerdote, a cruz é como o pé de um jogador de basquete cravado na quadra: faz movimentos para proteger a bola, para encontrar um lugar para passá-la ou para ir em direção à cesta. Assim, o sacerdote deve girar em torno da cruz.