Ao L!, Ana Hissa detalha esquema de transmissão do Combate para o UFC 249 e destaca brasileiros
Comentarista e apresentadora do Canal Combate fala sobre volta do maior evento de MMA do mundo durante a pandemia do COVID-19
Uma das grandes ascensões na Globosat no ano de 2019 foi da jornalista Ana Hissa. Depois de três anos nos Estados Unidos como correspondente brasileira de MMA, ela foi convocada para uma nova função. Presente em muitos boletins na programação do Sportv e do Canal Combate sobre MMA, a comunicadora se juntou ao time de comentaristas de transmissões e se destacou rapidamente.
Em entrevista ao LANCE!, Ana Hissa falou sobre o UFC 249, primeiro evento do UFC em mais de 50 dias e que marca a volta da organização durante a pandemia do COVID-19. A jornalista explica que a organização tomou diversas medidas de segurança para garantir o funcionamento do evento.
- A gente sabe de todo esforço que o UFC estava fazendo para tentar retomar as atividades. Vale lembrar que o evento acontece em Jacksonville, uma cidade no estado da Flórida em que a quarentena já foi flexibilizada, com a abertura das praias há duas semanas, e do comércio e restaurantes desde o dia 4. Além disso, o UFC está seguindo um protocolo muito rígido de segurança e várias medidas estão sendo tomadas. Os atletas receberão dois tipos de testes de COVID-19, um para identificar se a pessoa está doente e outro para saber se ela já teve a doença. Todos os lutadores, corners e funcionários serão submetidos a esses e outros exames. Atletas e equipe ficarão isolados em um hotel restrito e fechado apenas para o evento - e só poderão deixar o local para ir ao ginásio. O protocolo de segurança está sendo levado muito a sério, para garantir que o evento seja seguro - afirmou Ana.
Não só o UFC, mas também marca o retorno das transmissões de eventos no Canal Combate. Ana explica que a Globo adotou diversas medidas de segurança desde o início da pandemia para proteger a equipe.
- Desde o início da pandemia, a Globo adotou diversas medidas de segurança para proteger a equipe. Trabalhar na quarentena tem sido desafiador, mas é uma coisa que de certa maneira eu já vivenciei, por conta do meu período de correspondente. Estou acostumada a trabalhar de forma remota. O mais importante é manter a informação e o entretenimento, além de cuidar da saúde, claro. O ‘Giro Combate’ se manteve, com entrevistas exclusivas feitas online, e tem sido muito bacana fazer algumas lives com lendas do esporte. O público está podendo conhecer um pouco mais sobre esses personagens tão importantes da história do MMA - explicou.
O UFC é o primeiro evento esportivo de grande porte mundial a retomar as atividades durante a pandemia, mesmo com os Estados Unidos liderando com folga o ranking de casos confirmados e mortes por conta do COVID-19, gerando inúmeras críticas a organização e ao presidente Dana White. Segundo Ana, não é surpresa a organização ser a primeira a voltar pelo estilo inquieto de Dana.
- Já era de se esperar. O Dana White tem essa postura. Quem o conhece e acompanha, sabe que ele não consegue ficar parado. A ideia da ilha, quando surgiu, muita gente achou que pudesse ser brincadeira. Mas parece que é sério, a ilha vai sair. Não me surpreende esse esforço do Dana White, porque já estamos acostumados com esse estilo dele, que já passou por vários problemas com o esporte no cenário mundial e conseguiu ultrapassar algumas barreiras. Não me surpreende o UFC ser o primeiro evento a voltar - disse.
Do início ao fim, o UFC 249 traz um card repleto de lutas de alto nível, com duas disputas de cinturão e diversos confrontos intrigantes, inclusive reunindo brasileiros Fabricio Werdum e Vicente Luque. Ana explica o trabalho da organização para montar o evento por questões burocráticas, como o bloqueio de fronteiras.
- Deu muito trabalho montar os cards do UFC 249 e dos dois eventos que vem a seguir, por que eles estão trabalhando apenas com atletas que moram nos Estados Unidos ou possuem o green card. Muitas lutas foram casadas com pouca antecedência, mas acabaram se tornando grandes confrontos. Além das duas lutas principais, estou muito ansiosa para ver as lutas dos brasileiros. Destaco a volta do Fabrício Werdum, que está afastado do octógono há dois anos, e tem pela frente o Oliynyk, um russo muito duro, com mais de 70 lutas. Por fim, a última luta do card preliminar entre Donald Cerrone e Anthony Pettis, dois veteranos do esporte e caras que lutam para a frente o tempo todo. Essa luta tem potencial para ser a luta da noite - explicou.
O evento será encabeçado por duas disputas de cinturão: Tony Ferguson encara Justin Gaethje pelo cinturão interino dos leves, enquanto Henry Cejudo defende o cinturão dos galos contra o ex-campeão Dominick Cruz. Ana analisou os confrontos principais, colocando suas fichas em Ferguson e Cejudo.
- A luta principal promete ser explosiva, são dois atletas que buscam muito a luta. O Justin Gaethje tem seis aparições no UFC e sete bônus, ou seja, mesmo na derrota, ele sobe no octógono para dar show. O Tony Ferguson está vindo em uma sequência incrível de vitórias, então é uma luta que está bem em aberto, com um ligeiro favoritismo para o Tony Ferguson. Dominick Cruz e Henry Cejudo vai ser bacana de ver, um duelo de gerações da categoria. Cejudo agora é o campeão e o Cruz não luta há bastante tempo, mas é um cara que tem as armas para vencer. Mas acredito que o título continua com o campeão - analisou.
Por fim, Ana Hissa também fala sobre os confrontos dos brasileiros que estão no card: Fabricio Werdum e Vicente Luque, que encaram Aleksei Oleinik e Niko Price, respectivamente.
- São duas lutas muito boas para os brasileiros. O Vicente Luque vinha de uma sequência muito boa de vitórias. Acabou derrotado na última luta pelo Steven Thompson, mas é um garoto muito promissor e já esteve frente a frente com o adversário dele, o Niko Price. Conversei com o Vicente nesta semana e ele vem com a cabeça muito boa para o novo confronto deste sábado. Fabrício Werdum está super empolgado com esse retorno ao octógono e vai ter pela frente um lutador muito experimentado. Acredito que o Werdum estudou bem o russo Oliynyk e traçou uma estratégia para aniquilar o perigoso jogo de chão do oponente - encerrou.
* Estagiário sob a supervisão de Tadeu Rocha.