Ao lado de Gianni Infantino, ministra da Alemanha usa braçadeira ‘One Love’ proibida pela Fifa
<span style="font-weight: normal;">A Federação Alemã de Futebol (DFB) declarou na terça-feira que foi 'chantageada' pela Fifa para que desistisse de usar a braçadeira em solidariedade à comunidade LGBTQIAP+</span>
A ministra do Esporte da Alemanha, Nancy Faeser, usou a braçadeira 'One Love' na tribuna do estádio Internacional Khalifa durante a abertura do jogo entre Alemanha x Japão. A autoridade alemã estava sentada ao lado de Gianni Infantino, presidente da Fifa, entidade que proibiu o uso do adereço pelos capitães das seleções, incluindo Manuel Neuer.
A imprensa europeia afirmou que Neuer usaria a braçadeira 'One Love' mesmo com a restrição promovida pela Fifa que penalizaria com cartão amarelo o jogador que insistisse no uso. O goleiro alemão costuma ostentar o adereço em jogos da seleção, mas apareceu com uma braçadeira escrito 'No Discrimination' (sem discriminação) na hora do jogo.
A Alemanha também fez um protesto dentro de campo. Os jogadores posaram para a foto oficial da partida colocando a mão na boca, uma critica ao país sede da Copa que trata as relações homoafetivas como crime e não está permitindo o uso de adereços com as cores do arco-íris pelos torcedores.
A Federação Alemã de Futebol (DFB) declarou na terça-feira que foi 'chantageada' pela Fifa para que desistisse de usar a braçadeira em solidariedade à comunidade LGBTQIAP+ nos jogos da Copa do Mundo, uma mudança de postura que rendeu diversas críticas.
- Não nos ajoelhamos diante da Fifa. Compreendemos o desapontamento e a indignação. Fomos submetidos a uma chantagem extrema com a qual pensamos que tínhamos de tomar esta decisão, embora não quiséssemos tomá-la - informou o diretor de comunicações da DFB, Steffen Simon, à rádio "Deutschlandfunk".
A Alemanha, juntamente com outras seis seleções, tinha anunciado que usaria uma braçadeira com coração e diversas cores como parte da campanha "One Love". No entanto, após a Fifa ter anunciado sanções desportivas, as sete federações voltaram atrás nessa decisão, suscitando duras críticas na Alemanha.
- As federações aceitariam multas. Mas querem evitar consequências esportivas, como um cartão amarelo. Para elas, a braçadeira tinha menos valor do que uma falta tática no meio do campo - escreveu o semanário "Die Zeit" em comentário.
Na noite passada, a televisão pública alemã "ARD" - que tem os direitos da Copa do Mundo juntamente com a "ZDF" - emitiu um comentário dizendo que era melhor para a Alemanha "perder pontos e ser eliminada na fase de grupos com a braçadeira do que ser campeã mundial sem a braçadeira".