Após 16 anos, Magic Paula encerra atividades do Instituto Passe de Mágica
Instituição filantrópica fomentou carreira de diversos atletas através de patrocínios de grandes empresas como a Petrobras
A ex-jogadora da seleção brasileira de basquete Magic Paula anunciou, através das redes sociais, que está encerrando as atividades do Instituto Passe de Mágica, que ela comendava desde 2004, quando se aposentou das quadras. O motivo é a dificuldade financeira encontrada para o investimento no esporte observada por ela desde 2017.
- É um ciclo que se completou, pois cresceu mais do que imaginávamos. O ideal seria ter recurso direto, próprio, e isso está cada vez mais difícil. A luz acendeu em 2017, quando quase tivemos que cortar metade do projeto por falta de recursos. Isso nos preocupou muito e não queríamos que tudo terminasse de repente, como uma lesão que interrompe uma carreira. De lá para cá, viemos nos preparando para esse momento. Foi planejado, assim como aconteceu comigo ao deixar as quadras no basquete. Fui eu que escolhi, que me preparei para esse momento. Não escondo que é uma decisão que me deixa triste, mas é necessário. Foram várias reuniões para tomar a decisão de encerrar este ciclo e o apoio foi unânime de todos envolvidos com o projeto. Foi difícil, mas está bem resolvido em meu coração. Foi mais uma etapa bem sucedida e prazerosa - afirmou.
O instituto teve sete núcleos e teve grande aporte financeiro da Petrobras a partir de 2010, quando a estatal decidiu repassar valores para investimento em atletas diretamente para a ONG e não mais para as confederações. A parceria durou até as Olímpiadas do Rio de Janeiro, em 2016, quando a Petrobras decidiu voltar a repassar as verbas para as confederações.
Diante do iminente fim, Magic fez uma análise da trajetória do Instituto, sobre o investimento nas novas gerações de atletas e cidadãos, e concluiu com um agradecimento por todo o apoio que recebeu nos últimos anos.
- Talvez, a minha missão nessa vida não tenha sido vir aqui para educar um, dois ou três, mas para criar muita gente bacana, do bem, de aprender o que é a vida através do esporte. São muitos filhos. Vamos deixar uma marca, um carimbo. Não tenho dúvidas disso. E foi essa convicção que nos levou a disseminar todo o nosso aprendizado. A necessidade de que mais pessoas bebessem desta fonte de conhecimento sempre esteve no nosso DNA. (...) Acho que a pessoa Paula é melhor do que foi a jogadora, sobretudo pelo que aprendeu com o esporte. Temos que cuidar das crianças, temos que ir aonde elas estão. Foi isso que o Instituto Passe de Mágica fez nos últimos 16 anos. Sempre com amor. A todos que me ajudaram de alguma forma fazer o mundo um pouco melhor, obrigada - concluiu.