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Associação que representa indústria de apostas aponta os caminhos para combater a manipulação

Ao L!, o diretor da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie), Guilherme Buso, comenta casos investigados no futebol brasileiro

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imagem cameraGuilherme Buso, o diretor da ABRADIE (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 10/05/2023
16:41
Atualizado em 10/05/2023
17:23

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O futebol brasileiro foi impactado com as descobertas feitas pela Penalidade Máxima II, operação do Ministério Público de Goiás que investiga a manipulação de apostas em jogos da Série A do Brasileirão de 2022 e dos Campeonatos Estaduais deste ano. Combater situações como essa, que ferem a imprevisibilidade no esporte, está entre os objetivos da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie). 

Os casos de manipulação descobertos pelo MP-GO, nos quais jogadores teriam aceitado ofertas de um grupo criminoso para receberem cartões em partidas oficiais, afetam negativamente as casas de apostas e os clubes. A intenção da Abradie é criar uma ponte de cooperação entre os diferentes atores do futebol brasileiro para combater a manipulação no esporte, como explicou o diretor Guilherme Buso. 

– A ABRADIE busca dar respaldo para as casas de apostas, federações, ligas esportivas, os clubes, os árbitros, os atletas, todos os atores que estão envolvidas no ecossistema do esporte e das apostas esportivas. Então a associação busca unir forças, expertises, o compartilhamento de informações, para que a gente consiga combater a manipulação de resultados - disse.

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Para Buso, o combate à manipulação de resultados no país passa por diferentes caminhos, que vão desde a colaboração entre os atores à regulamentação das apostas esportivas. Segundo ele, relatórios mostram que o Brasil é o lugar com mais alertas de suspeitas de manipulação no primeiro trimestre deste ano. 

Ainda assim, uma legislação específica para tratar do mercado de apostas não entrou em vigor no país até o momento. A criação de uma Medida Provisória (MP) com esse intuito tem sido discutida pelo Governo Federal, e é esperada pelo diretor da ABRADIE. 

– Desde o começo do ano, se fala muito da Medida Provisória que vai ser lançada, mas os processos internos ainda não avançaram. A gente acha que está perto, mas não se sabe exatamente quando e como, fica na esfera especulativa - afirmou.

O processo de identificação de suspeitas de manipulação pode começar dentro das próprias casas de apostas e terminar com a investigação por parte dos órgãos competentes. Por isso, a ABRADIE acredita que a colaboração entre os atores é essencial para garantir a integridade no esporte. 

– As casas de apostas monitoram os usuários delas. Tem três tipos de apostas duvidosas: valor exorbitante em um jogo ou mercado incomum, o apostador que sempre ganha e o apostador que sempre aposta em jogos com alerta de suspeita - relatou Guilherme Buso.

– Tem o monitoramento feito por empresas como a Genius Sports, que analisam o jogo de ponta a ponta a partir da variação de mercado, das variações de odds. Isso está sendo monitorado 24/7 durante todos os momentos da partida, desde o pré-jogo. O monitoramento vai levantando alertas que, às vezes, podem não significar nada. Tudo isso é repassado para uma federação que vai analisar o jogo de maneira técnica. A partir daí, com todos os levantamentos feitos, isso é levado ao Ministério Público, à polícia e cabe aos órgãos competentes fazerem uma investigação mais adentro - completou.

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Os casos investigados pela Operação Penalidade Máxima II têm em comum a identificação de apostas em interferências disciplinares, como cartões amarelos e vermelhos. No entanto, Buso não crê que exista a possibilidade de um núcleo específico do mercado de apostas ser proibido.

– Com a tecnologia, a velocidade que os dados chegam nas casas de apostas e a maneira como é possível, através de inteligência artificial, fazer uma análise de comportamento dentro de uma partida, isso é só o começo. Podem existir muitos outros mercados para se apostar. Não vejo isso como problema, o problema maior está em conscientizar os atletas, fazer com que os clubes monitorem movimentos estranhos no mercado de apostas. Não acho que isso faria com que os mercados saíssem do ar – explicou.

A ABRADIE se define como “uma entidade colaborativa para parcerias com os órgãos reguladores e autoridades federais, estaduais, além das partes interessadas em detectar e desencorajar fraudes e outras atividades ilegais ou antiéticas relacionadas a apostas em eventos esportivos”. A constituição da associação é de responsabilidade das empresas Genius Sports, Entain, Rei do Pitaco, e dos escritórios Bichara e Motta e Maia Yoshiyasu.

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