Em áudios revelados, médico de Maradona diz que Diego usou maconha e álcool após cirurgia
'Deu cerveja e cigarro para se livrar dele': Pessoas responsáveis por argentino comentaram desejos de Maradona antes da morte e se eximiram de irresponsabilidade médica
A morte de Diego Maradona ainda dá o que falar na Argentina. Nesta quarta-feira, conversas gravadas dias antes do falecimento entre pessoas responsáveis pelo ídolo indicaram que o ex-camisa 10 misturava bebidas alcoólicas com medicamentos, mantinha o hábito de fumar, inclusive mantendo o uso de maconha. O Ministério Público local investiga se houve negligência médica.
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- Encontrei restos de maconha picada por toda parte e um cheiro na casa. O cara fazendo sexo na área de serviço e a Monona com o segurança, vendo que Diego não se levantava, não dormiram nada. Não queriam dormir para caso tivesse algum problema - diz um trecho (veja a conversa na íntegra abaixo).
As informações são do portal "Infobae", periódico local. Em determinado momento dos áudios liberados, Leopoldo Luque, então médico de "Pibe", se exime de culpa quanto ao uso de fumos por parte do ex-jogador em contato com outro especialista em saúde, e afirma que é uma consequência do convívio social de Maradona. Diego havia passado por uma cirurgia no cérebro dias antes de morrer.
- Agora se procuram o paciente, se a polícia investiga e vê que há um determinado ambiente, vão atacar isso. Não é uma responsabilidade médica. Seria se eu desse maconha a ele, ele ficasse intoxicado e morresse - contou Luque. "El pibe" morreu em 25 de novembro de 2020.
Outro momento íntimo do craque exibido pela “Cronica TV”, da Argentina. Em vídeo, Maradona aparece horas antes de falecer e, em casa, envia um recado para seu médico.
- Estou machucado, mas tudo bem. Sabe que não gosto de intimidades, mas quando estou com pessoas boas saio da minha toca. Um beijo, Luque.
#PoneTLFNoticias [AHORA] Maradona, días antes.
— Telefe Noticias (@telefenoticias) February 2, 2021
“Hola Luque, estoy abollado, pero estoy bien” pic.twitter.com/iyIWUe1K1A
As conversas reveladas aconteceram entre três pessoas próximas de Maradona: Monona, que é a ex-cozinheira de Diego; Maxi Pomargo, então secretário do craque e cunhado de Matías Morlas, advogado do ex-jogador; e Charly, marido de uma prima de Rocío Oliva, última namorada do ídolo da seleção argentina.
Acompanhe a conversa na íntegra e conheça os bastidores dos últimos momento de Maradona vivo:
Médico não identificado: Tenho Monona que me conta as coisas, porque senão nunca vai descobrir. Ontem, exceto Monona e um segurança, estavam todos fumando. Hoje ele se levantou todo dolorido, sem descansar, com toda a ressaca em cima. Ontem à noite fumou, bebeu vinho com os comprimidos, não pode fazer tudo.
Médico não identificado: A verdade é que não diferencio a dor do sono ruim. Já tem o hábito de fumar todos os dias, ele pede cigarro aos seguranças. Outro dia eu disse aos seguranças: “Quando ele falar isso, dê um charuto para ele".
Leopoldo Luque: Calma, fique calmo. Eu sei mais ou menos como lidar com ele. Eu disse a Maxi que, se houver uma autópsia, pule isso. O que menos vão responsabilizar é a parte de saúde, é uma questão do ambiente (em que Maradona está inserido). Nós não podemos contornar, podemos propor.
Luque: A maconha não causa dano a um determinado órgão para que eu suspeite disso. Posso supor, mas se não procuro, não analiso, sem o consentimento do paciente não tem uma forma. Do ponto de vista médico, não há nenhuma responsabilidade. Fica a cargo do paciente.
Agora se procuram o paciente, se a polícia investiga e vê que há um determinado ambiente, vão atacar isso. Não é uma responsabilidade médica. Seria se eu desse maconha a ele, ele ficasse intoxicado e morresse. Aí sim, porque não foi bem supervisionado nem contido. Mas isso é algo ilegal, não tem nada a ver com algo médico.
Médico não identificado: Quero escrever para você com a maior confiança. Não aguento mais a situação em que Charly dá maconha a Diego. Não sei o que fazer para parar. Quando ele estava dando a maconha, eu disse que se ele morresse eu que teria que dar a cara quando a maconha fosse indicada na autópsia.
Médico não identificado: Como te disse, confio muito na Monona e no segurança que está agora. Eles me disseram que ontem Charly havia combinado de entrar com uma mulher durante a noite. Então para se livrar do Diego lhe deu cerveja e cigarro.
Encontrei restos de maconha picada por toda parte e um cheiro na casa. O cara fazendo sexo na área de serviço e a Monona com o segurança, vendo que Diego não se levantava, não dormiram nada. Não queriam dormir para caso tivesse algum problema.