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Cria da Rocinha, jovem se forma nos Estados Unidos após receber bolsa pelo basquete e volta para ajudar a comunidade

Após cursar o ensino médio em uma escola do Rio com bolsa também por causa do basquete, a jovem jogou nas ligas universitárias americanas onde fez faculdade e mestrado

Layana de Souza.
imagem cameraLayana de Souza se destacou no basquete e conseguiu mudar de vida (Foto: Arquivo pessoal)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/10/2021
13:18
Atualizado em 21/10/2021
13:41

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Quanto custa um sonho? Para jovens da periferia das cidades brasileiras pode custar muita dedicação e também muito dinheiro. Nem todos conseguem oportunidades iguais, os que se destacam alcançam espaços até então inimagináveis. Na Rocinha, maior favela da América Latina, localizada no Rio de Janeiro, a história de Layana de Souza começou a mudar com ajuda ONGs que entram nas comunidades buscando oferecer oportunidade e dignidade.

- Eu não fazia ideia da gama de possiblidades que o esporte poderia me oferecer. Quando era criança, pensava que era impossível viver do esporte - disse a jovem.

Assim como naquela comunidade, muitas organizações sociais desenvolvem trabalhos para auxiliar os moradores, como é o caso de iniciativas voltadas às crianças e aos adolescentes, que promovem o desenvolvimento e a construção de uma identidade com senso de responsabilidade, disciplina e provisão de futuro, pilares importantes para diminuir a criminalidade, por exemplo.

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A carioca, que jogava futebol com as crianças na rua, sempre foi apaixonada pelas aulas de educação física. Aos 12 anos, não pensou duas vezes quando uma ONG lhe ofereceu a oportunidade de fazer aulas de basquete gratuitas. Dentro de quadra, com o apoio da organização, participou de competições contra clubes grandes do Rio de Janeiro e foi se destacando até conseguir uma oportunidade para aprimorar o conhecimento, por meio da uma bolsa de estudo em um colégio particular, onde também jogaria basquete.

Layana de Souza
Layana jogou na Seleção Carioca (Foto: Arquivo pessoal)

Localizado no Méier, Zona Norte da cidade, o colégio ficava há dois ônibus de distância da casa da Layana, que acordava às 5h para estudar e depois treinar. Com os torneiros da escola, fez viagens para competir em outros estados e jogou quatro vezes pela Seleção Carioca. No fim do Ensino Médio, uma grande chance bateu em sua porta: foi convocada para fazer faculdade e jogar basquete nos Estados Unidos, país mais influente da modalidade no mundo.

Com apenas 18 anos, fez as malas e saiu do Brasil sem falar inglês em busca do sonho de viver do esporte. Aterrizou no país de estrelas como LeBron James e Michael Jordan. O sol carioca deu lugar para os graus negativos de Wyoming, no norte do país, onde viu a neve pela primeira vez. A dificuldade da língua e o clima não a impediram de conquistar o que desejava.

Após 4 anos de estudos em Administração Esportiva e jogos pelas ligas universitárias, voltou para o Brasil com um currículo cheio de experiências e uma motivação que a levaram a conseguir uma vaga como coordenadora de informação esportiva do basquete nos Jogos Olímpicos 2016. 

Depois da experiência, em 2017, Layana voltou para os Estados Unidos para fazer um mestrado em Gestão Esportiva com Foco em Marketing e descobriu um novo propósito: depois de adulta, fazer com que crianças como ela tenham oportunidades semelhantes às que teve. Com esse sonho de viver do esporte e gerar chances para os jovens, ela voltou para Rocinha, onde desenvolve projetos sociais para sua comunidade através da 

A Rede Esporte pela Mudança Social (REMS) reúne hoje 161 organizações que utilizam o esporte como fator de desenvolvimento humano e realizaram mais de 200 mil atendimentos em 2019, no Brasil trazendo visibilidade ao trabalho das organizações, demonstrando o impacto social e o poder transformador do esporte, do desenvolvimento humano, da ética e da cidadania.

William Boudakian, diretor executivo do Instituto Família Barrichello, organização responsável pela Secretaria Executiva da REMS, que promoveu a oportunidade para Layana, falou sobre a importância do papel de ONGs em comunidades carentes.

- A REMS existe justamente para fortalecer pessoas como a Layana que tiveram a vida transformada pelo esporte e hoje quer retribuir ajudando a nova geração de crianças da sua comunidade. Queremos conectar organizações dentro da mesma causa do esporte - afirmou.

Ana Moser
Ana Moser estará em evento no Sesc ao lado de Flávio Canto e Aida dos Santos (Foto: Divulgação/Sesc)

Neste mês, a REMS se reúne com o Sesc São Paulo e atletas como Flávio Canto, Aída do Santos e Ana Moser na Semana Internacional do Esporte Pela Mudança Social, um evento internacional, para mostrar como o esporte pode trazer soluções para problemas sociais. O evento vem com mais força em um ano marcado pelas Olimpíadas, que tornaram públicas histórias de vida de superação dentro do esporte.

Serviço: 6ª Semana Internacional do Esporte pela Mudança Social
Data: 25 a 29 de outubro 
Horários: 10h às 11h30 e 15h as 16h30.
Onde assistir: https://www.youtube.com/user/redeesporte ou https://www.youtube.com/user/sescvilamariana
Mais informações: https://rems.org.br/siems/

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