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Zagueiro que jogava por visibilidade largou emprego no McDonald’s após começar a receber salário

Conhecido como 'Pior Time do Mundo', o íbis tinha dificuldades de manter uma equipe profissional; LANCE! acompanhou o time durante o primeiro jogo do Pernambucano

Will - Zagueiro do Íbis
imagem cameraWill deixa a hotel do Íbis; antes o clube não concentrava por falta de verba (Foto: Ricardo Guimarães/Lancenet)
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Lance!
Recife (PE)*
Dia 24/01/2022
14:05
Atualizado em 24/01/2022
16:19

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O zagueiro do Íbis Wildson, de 23 anos, foi destaque do 'Pior Time do Mundo' na reestreia da equipe no Campeonato Pernambucano, depois de 23 anos da equipe longe da elite. Apesar da derrota por 3 a 0 para o Náutico, o marcador foi eficiente nos desarmes e ainda meteu uma bola na trave do Timbu.

O LANCE! acompanhou o Íbis durante a preparação para o duelo contra o Náutico desde a saída de ônibus do hotel em que os jogadores concentraram, na cidade de Olinda, até a chegada ao estádio, dá preleção ao pós jogo. Dentre tantas histórias, a de Wildson Teixeira Gomes da Silva, ou simplesmente Will, chamou a atenção. 

Durante o ano de 2021, o zagueiro trabalhava como 'faz tudo' na rede de fast food McDonald's - e o pior, no horário da madrugada. Ele chegava em casa pela manhã e depois ia treinar no Íbis para competir na Série A2. Isso nos tempos em que não recebia salário e atuava apenas pela visibilidade e pelo sonho.

- A gente que joga não quer saber se é o 'Pior Time do Mundo'. A gente quer é jogar. Naquela época eu tirava do próprio bolso as passagens para ir jogar - disse o zagueiro.

- Meu sonho desde moleque era ser jogador. No começo meu pai sempre dizia pra eu trabalhar. Nos clubes que passei eles não pagavam. Ai teve um tempo que comecei a trabalhar, parei de jogar em 2017. Em 2018 eu voltei e tô até hoje - completou.

Em meados do ano passado, a realidade financeira do Íbis melhorou de situação, com o acerto com a empresa Betsson, que passou a ser patrocinadora máster do clube e possibilitou mudanças no dia a dia da equipe profissional.

Os jogadores passaram a concentrar para jogos, melhoraram a alimentação e passaram a receber um salário. Coincidência ou não, o acesso veio logo na primeira temporada, após 21 anos.

- Isso de concentrar no hotel não tinha antes, começou ano passado na série A2. Essa questão foi muito importante pra gente. Agora temos o essencial. A alimentação agora tá diferente, temos o essencial, o mínimo que se precisa. A gente jogava contra times que tinha isso e a gente não tinha, já entravamos no campo atrás - disse Lucas Peixe, goleiro titular do Íbis, que está no clube há três anos.

Recebendo um salário e com a iminência do início do Estadual A1, Will deixou o emprego no McDonald's e pôde se concentrar no sonho de ser jogador. Ele afirmou que o outro emprego no horário da madrugada o impedia de ter uma vida plena de atleta.

- A gente pensou que era resenha (começar a receber salário). Mas depois vimos que a coisa era séria. A gente já jogava sem dinheiro... Com dinheiro é um incentivo a mais. O trabalho (no McDonald's) me atrapalhava, eu ficava em suspensão porque não podia faltar. Fiquei suspenso duas vezes em dois jogos na segunda divisão, um deles a decisão.

O Íbis quer deixar a resenha de 'pior do mundo' para a internet. Nos bastidores, o elenco sonha em fazer uma boa campanha para conseguir uma vaga na Série D do Brasileirão em 2023. O Íbis volta a jogar pelo Estadual no próximo domingo, em casa, contra o Salgueiro.

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