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Relatórios da Petrobras sobre Landim, presidente do Flamengo, assustaram ministro das Minas e Energia, diz site

Reportagem do portal 'O Globo' evidencia uma série de processos e acusações pendentes na Justiça do presidente do Flamengo

Rodolfo Landim
Landim é presidente do Flamengo e foi indicado por Bolsonaro para o cargo de diretor-geral do Conselho de Administração da Petrobras (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

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O nome do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, voltou a ganhar os holofotes nesta segunda-feira por questões que não estão ligadas ao clube. Os relatórios da Diretoria de Governança e Conformidade da Petrobras sobre o histórico do mandatário rubro-negro e do consultor Adriano Pires chamaram atenção do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, e técnicos da Corregedoria Geral da União. A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo".

De acordo com os documentos, ambos teriam dificuldades em passar pelos critérios do comitê interno que vai avaliar se eles têm condições de ocupar os postos para os quais foram indicados na empresa petrolífera.

No último dia 28 de março, o presidente Jair Bolsonaro indicou o nome de Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, para assumir o cargo de diretor-geral do Conselho de Administração da Petrobras. Juntamente de Landim , o indicado para a vaga do general da reserva Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras foi Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

+ Bolsonaro quer Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, para comandar o Conselho da Petrobras

Contudo, segundo os documentos apresentados ao ministro Bento Albuquerque na última quarta-feira (30), Landim tem uma série de processos e acusações pendentes na Justiça que atestam sua relação com o empresário Carlos Suarez, sócio de distribuidoras de gás, e configurariam conflito de interesse caso ele assumisse. Colocariam, também, a imagem da Petrobras em risco.

Após o vice-campeonato carioca para o Fluminense, o presidente do Flamengo teria alegado o momento em baixa do Rubro-Negro como justificativa para desistir do cargo na Petrobras. Em carta divulgada aos torcedores, Landim afirmou que:

 - Em relação ao Flamengo, os últimos acontecimentos me demonstraram a necessidade de termos todos nós o compromisso de um grau ainda maior de dedicação e foco ao Clube. Como sempre falei, ao ter sido reeleito pelos sócios para um mandato de mais três anos, exercer bem o cargo de presidente do Flamengo é minha total prioridade - completou.

+ Após vice do Flamengo, Landim abre mão de cargo na Petrobras e explica motivos em carta

No entanto, segundo a reportagem do portal "O Globo", o argumento usado por Landim para abrir mão do cargo, não foi o fator principal para a sua desistência. De acordo com o relatório da diretoria de conformidade, o processo mostra que ele recebeu em suas contas na Suíça depósitos de "contas de passagem" usadas para mandar recursos a Renato Duque e Pedro Barusco, executivos da Petrobras envolvidos no episódio que ficou conhecido como "Petrolão".

De sua conta, Landim enviou US$ 643 mil para uma conta de Suarez, também na Suíça, em maio de 2021. A movimentação foi detectada na época da Lava Jato e está descrita em um processo movido pelo Ministério Público segundo uma comunicação formal enviada pelo MP suíço ao brasileiro no âmbito da operação Lava Jato.

Os documentos sobre essas contas estão no processo movido pelo Ministério Público Federal contra Landim por fraude e desvio de recursos do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, a Petros.

A Petros perdeu R$ 100 milhões em um fundo administrado pela Mare. No processo, o procurador da República Ancelmo Lopes pede a quebra de sigilo das contas de Landim, para apurar se as movimentações na Suíça têm algo a ver com o caso da Petros.

No final do ano passado, uma liminar do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal de Brasília, cancelou o pedido de cooperação internacional entre Brasil e Suíça e suspendeu o processo até que seu mérito seja julgado em definitivo. Como isso não aconteceu, o caso de Landim continua pendente na Justiça.

O comitê se reúne na próxima terça-feira (5) para analisar um relatório e preparar um parecer a ser enviado aos acionistas que vão deliberar no dia 13 sobre as indicações de Bolsonaro. Nesse parecer, o comitê precisa resumir as conclusões das investigações, conhecidas internamente como "Background Check de Integridade", ou BCI.

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