Ao L!, Dudu Nobre exalta Jorge Jesus e cobra humildade e ‘reciclagem’ de técnicos no Brasil
Convidado do 'De casa com o L!' desta sexta-feira, o cantor falou sobre o Flamengo, clube do coração, e outras histórias da carreira
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Um dos maiores nomes do samba, Dudu Nobre foi o convidado do programa 'De casa com o L!' desta última sexta-feira. O cantor e compositor é torcedor declarado do Flamengo e comentou sobre a relação entre samba e futebol, além de falar da sua sua paixão pelo Rubro-Negro e tocar alguns dos seus sucessos na live.
O sambista, de 46 anos, é um dos rubro-negros mais conhecidos. Em 2019, assim como outros mais de 30 milhões de torcedores espalhados ao redor do mundo, viveu grandes emoções com o bicampeonato da Libertadores. Dudu Nobre teve o prazer de acompanhar as duas conquistas, mas evita comparar as equipes e valoriza os ídolos do passado.
- Essa comparação de times sempre vai ter. O momento do futebol hoje é um e na década de 80 era outro. Nos anos 80 era um futebol muito mais cadenciado, mais clássico... O Leandro era uma coisa absurda. Na geração atual, o Everton Ribeiro é futebol arte. A fidelidade tática que o Gabigol tem, a dedicação em campo... Naquela época não tinha tanta preparação física - analisou Dudu, que relembrou memórias do marcante ano de 1981.
- Tenho muitas memórias. Foi uma coisa parecida do que aconteceu agora, mas diferente pela situação financeira. O clube foi se organizando e aconteceu tudo em sequência. Lembro do meu pai levando televisão para a quadra do Império Serrano no dia da final do Mundial. Já ia para o Maracanã com meus tios Luís e Roberto. Foi um momento marcante - relembrou o cantor, que atualmente vê um desequilíbrio entre os clubes no Brasil e prevê que isso ficará mais claro após a pandemia.
- O futebol naquela época era muito mais equilibrado. Tinha Flamengo, Santos, São Paulo, Vasco, Botafogo... Todos fortíssimos. Hoje nós vemos o Flamengo e o Palmeiras muito à frente dos outros times. O jogo só se ganha no campo, mas eles estão sobrando. Podem perder uma ou outra, só que possuem um elenco. Quando o futebol voltar, vai ter uma maratona de jogos e vai precisar ter elenco - destacou.
"Naquele dia nada dava certo. E aí o Gabigol fez aqueles dois gols e foi uma das maiores emoções que eu tive com futebol"
No dia 23 de novembro de 2019, Dudu Nobre viveu uma das maiores emoções como torcedor. O cantor teve que cancelar a ida para Lima, no Peru, por conta da agenda de shows, mas assistiu a final da Libertadores em casa com amigos e familiares. Sofreu com o gol do River Plate e temeu pela derrota, mas tirou o peso das costas quando Gabigol marcou dois gols nos minutos finais e garantiu o bicampeonato continental.
- O barato do time do Flamengo é que eles vão martelando e você sabe que a qualquer hora vai sair um gol. E quando sai, querem mais. Mas naquele dia nada dava certo. Já estava pensando que o pessoal ia perturbar nas redes sociais. E aí o Gabriel faz aqueles dois gols e foi uma das maiores emoções que eu tive com futebol. Tive algumas outras, como o gol do Pet e o Brasileirão de 2009 com o Adriano. Mas essa foi uma coisa muito doida - disse o cantor, que soube da conquista do título do Brasileirão enquanto estava no avião.
O Flamengo mudou de 'patamar' após a chegada do técnico português Jorge Jesus. Em meio à desconfiança dos brasileiros, o treinador chegou sonhando com a conquista da Libertadores e do Mundial de Clubes. Em um ano, Jesus teve mais títulos do que derrotas no comando do Rubro-Negro, só não teve sucesso ainda com o Mundial, meta a ser alcançada em 2020. Dudu Nobre destacou que falta humildade no Brasil e que é preciso aprender com os estrangeiros para evoluir o nosso futebol.
"Está na hora de se reciclar e procurar a aprender. A seleção de Portugal já teve brasileiro. Tem que ser repensado tudo isso"
- É preciso ter humildade para entender a história. O Jorge Jesus chegou com o pensamento dele, colocou em prática e enfileirou títulos. Esse ano já ganhou dois títulos de expressão. Está na hora de se reciclar e procurar a aprender um pouquinho com o português também. Adoro o Tite, mas temos que começar a avaliar muito essa questão. Lógico, tem aquela coisa do orgulho, mas a seleção de Portugal já teve brasileiro. Tem que ser repensado tudo isso - declarou.
Por fim, o cantor também demonstrou insegurança sobre o possível retorno do futebol com a atual crise de saúde do coronavírus no país. Nesta sexta-feira, o Brasil ultrapassou o Reino Unido e se tornou o segundo com mais mortes no mundo, com cerca de 41 mil óbitos. Ao todo, são mais de 829 mil casos, atrás somente dos Estados Unidos com mais de 2 milhões. Já no Rio de Janeiro, são mais de 74 mil casos - o segundo maior no Brasil - e mais de sete mil mortes.
- É muito complexo tudo isso. Primeiro tínhamos que ter acesso aos números reais. Já está na curva descendente? O maior problema do COVID-19 é a falta de estrutura de saúde das cidades para receber a quantidade de doentes que vão chegando. É complicado. Os hospitais de campanha fazem falta. É uma coisa que praticamente todo mundo vai ter. É o momento certo? Espero que seja. Torço muito para que isso se resolva o mais rápido possível - finalizou.
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*Estagiário sob supervisão de Tadeu Rocha
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