Em busca de parcerias, filhos do ‘Gaúcho da Copa’ mantêm esperanças em ida ao Qatar
O LANCE! conversou com Gustavo, filho mais novo do famoso torcedor brasileiro, que tenta manter o legado do pai vivo
Com bigode e chapéu característicos e a réplica da taça da Copa na mão, Clóvis Fernandes, conhecido como "Gaúcho da Copa", se tornou um dos torcedores-símbolo da Seleção Brasileira. Ele morreu em 2015, vítima de um câncer, mas a paixão pela camisa verde-amarela se manteve viva através de seus filhos: Frank, de 44 anos, e Gustavo, de 37. O LANCE! conversou com o irmão mais novo para contar a história de como os dois lutam para viajar ao Qatar às vésperas da estreia brasileira na Copa.
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Os "camisões" estão prontos. A mala está quase lá. Mas Frank e Gustavo ainda não conseguiram comprar as passagens para ir ao Qatar.
- A gente está com hospedagem acertada com um brasileiro, arrumamos um quarto no apartamento dele. O ingresso já temos. Falta mesmo uma parte do dinheiro para as passagens - contou Gustavo.
A questão financeira é o grande empecilho para a ida dos irmãos ao Qatar, mas a esperança de Gustavo segue inabalável.
- O sentimento é de que alguma coisa vai acontecer, a luz vai brilhar e alguma empresa vai abraçar o “Gaúchos na Copa”, se tornar parceira e permitir que esse legado continue - afirmou.
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Os filhos de Clóvis estão tentando de tudo para conseguir os recursos para bancar a viagem. Eles já deram entrevistas para veículos de pequena e grande expressão, contam com o apoio de muitos brasileiros nas redes sociais e divulgam uma chave de pix ([email protected]) para quem tiver interesse em doar.
Gustavo contou que seu pai, corretor imobiliário e dono de restaurante, sempre conseguiu se organizar financeiramente para acompanhar o Brasil na Copa. Ele foi a todas as edições do torneio entre 1990 e 2014.
- O pai sempre teve a organização financeira dele e foi por conta própria, só de 2006 em diante que ele teve patrocínio. De 1990 a 2006, foi tudo por conta própria - disse.
Uma série de obstáculos apareceram desde a última Copa que acabaram colocando em risco a presença dos filhos no torneio deste ano.
- O que acontece é que a gente teve, no meio do percurso de 2018 para cá, a pandemia e problemas sociais. Nossa organização acabou indo para o brejo. A gente teve dificuldade para somar a verba nessa que é a Copa mais cara da história. Então, você soma a pandemia, o pós-pandemia, problemas pessoais e o fato de ser a Copa mais cara de todas e resulta na situação que está - relatou Gustavo.
E se, mesmo com todos os problemas, a fé de que estará no Qatar segue inabalável, a confiança no título do Brasil, e no principal astro da Seleção, também é enorme.
- Eu tenho certeza que o hexa vem. O Neymar pode olhar para trás, em um curto espaço, e pensar que tem tudo para se reerguer em cima disso, jogar sério, jogar com vontade, com gana e trazer esse hexa - afirmou Gustavo.
A paixão pela Seleção Brasileira foi passada de pai para filhos sem esforço. Gustavo contou que esse amor sempre esteve presente dentro de casa.
- Torcer pela Seleção Brasileira foi como caminhar, natural. Meu pai era muito apaixonado desde sempre. Eu cresci com isso dentro de casa “para tudo que tem jogo do Brasil”, depois passei a viajar com ele. Uma vida voltada para isso - disse.
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Enquanto seguem lutando por um patrocínio que viabilize a ida ao Qatar, Gustavo e Frank levam a rotina como se a presença no país árabe fosse certa. O planejamento é embarcar nesta segunda-feira, ou na terça, para garantir que assistirão à estreia da Seleção Brasileira, no dia 24, contra a Sérvia.
- Existe uma fagulha dentro de mim que me leva todos os dias a fazer tudo como se a gente fosse ir - revelou Gustavo.