‘Essa Superliga de gigantes europeus é pura canalhice’: jornalistas opinam sobre nova competição
Mauro Cezar Pereira, Leonardo Bertozzi, Victor Mendes, Gian Oddi, Paulo Vinicius Coelho e outros especialistas da imprensa esportiva comentam sobre a criação da 'liga da elite'
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A iniciativa de 12 grandes clubes europeus ao criar a Superliga apenas com as equipes mais ricas do continente segue chamando a atenção do público. Desde domingo, quando a competição foi fomalizada, torcedores e dirigentes europeus debatem a contestada medida. No Brasil, o assunto virou pauta nos principais veículos de comunicação esportiva.
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Com menos participantes e mais estrelas em campo, a Superliga gerou revolta em alguns por reunir apenas a elite econômica do futebol. Entenda o fomrato, quais equipes aderiram ao movimento e saiba as possíveis punições. Para alguns jornalistas, a decisão abalou as estruturas da Uefa. Confira abaixo um compilados de opiniões dos jornalistas esportivos:
GIAN ODDI, DOS CANAIS DISNEY
- Se tem uma coisa legal nessa lamentável história do Clube dos Riquinhos é perceber a reação da absoluta maioria de seus torcedores, os verdadeiros apaixonados por futebol, que são, no fim das contas, aqueles que permitem a esses clubes gerar tanto interesse e, claro, dinheiro.
PAULO VINICIUS COELHO, DO SPORTV
- Superliga da Europa com critério técnico que inclui Milan e Arsenal. Dois grupos de dez. Os três primeiros de cada grupo vão às quartas e esperam repescagem entre quartos e quintos colocados. (risos) Inventaram o Brasileirão da Europa (risos). Que é isso!? Chama o Nabi Abi Chedid.
RAFAEL OLIVEIRA, DO DAZN
- Domingo de terremoto no futebol europeu. (...) A gente vê uma rejeição, que passa muito pelos torcedores. Principalmente na Inglaterra, que ficou mais nítido, por ter uma sensação do que é o sucesso quanto liga nacional e sua importância de preservar. (...) Pode ser só barulho ou pode ser também um princípio de uma ruptura. Até onde os clubes estão dispostos a lutar?
VICTOR MENDES, DO LANCE!
- A Superliga sempre foi inevitável. Não tem Uefa e Fifa para barrar isso. "Ah, mas banimento...". Se um Messi, um Neymar e um Cristiano Ronaldo forem impedidos de jogar uma Copa do Mundo ou um torneiozinho local na mesma hora os contratos televisivos vão para o espaço. Já era.
JUCA KFOURI, DO UOL
- O caso Bosman foi um processo judicial decidido pelo Tribunal de Justiça da União Europeia em uma ação movida pelo atleta Jean-Marc Bosman que envolveu várias federações europeias, Uefa, Fifa e sindicato de jogadores e cujo resultado declarou formalmente a extinção do passe e concedeu aos atletas liberdade contratual ao final do contrato de trabalho. (...)
- Com a notícia a respeito dos passos instrutórios para a formação da Superliga na Europa, caso efetivamente isso saia do papel, teremos a maior batalha legal no futebol mundial desde o caso Bosman. Se o caso Bosman foi uma carta de alforria dos atletas junto aos clubes, o caso da Superliga pode vir a ser a carta de alforria dos clubes junto as federações.
ANDRÉ HENNING, DA TNT SPORTS
- Há muito tempo, o mundo não se une tanto contra algo. A tal Superliga realmente superou qualquer expectativa. Não tem uma pessoa favorável, a não ser os próprios gênios elitistas que a criaram. Estão de parabéns!
LEONARDO BERTOZZI, DOS CANAIS DISNEY
- Essa movimentação de hoje (domingo) significa que a Superliga vá de fato existir como competição? Há, nos bastidores, quem entenda a explosão de hoje como uma cartada final para aprovar a influência que os clubes pressionam para ter na organização da Champions. Peças no tabuleiro. (...) Não faltam interessados (para pagarem e transmitir os jogos na TV). Para quem bota o dinheiro, quando maior a garantia de jogos com as maiores estrelas, mais vale o investimento.
PAULO COBOS, DO ESPN.COM
- Essa Superliga de gigantes europeus é pura canalhice. Só que não dá para negar: se sair do papel, será uma delícia. Imagine um campeonato com clássicos europeus todos os meios de semana pela temporada inteira.
VICTOR SÉRGIO RODRIGUES, DA TNT SPORTS
- Como eu acho que isso vai terminar: a Uefa fará algumas concessões, vai aumentar a fatia do bolo que é repassado aos clubes da Champions (atualmente 2 bilhões de euros por cada edição) e a Superliga vai recuar. (...) Comparar o que acontece na NBA ou na NFL com essa tentativa de golpe dos clubes europeus é, no melhor cenário, desconhecimento das duas realidades.
VICTOR CANEDO, GE.GLOBO
- Não podemos entrar nessa. Essa Champions League em que um Estrela Vermelha pode ser campeão já não existe há muito tempo. Não é um argumento de defesa da Superliga, que fique claro. Mas outros fatores explicam esse movimento elitista de décadas para cá.
MAURO CEZAR PEREIRA, DO UOL
- Superliga de clubes europeus reflete sociedade: ganância até na pandemia. (...) Sim, esse é o estrato social do momento, em boa parte do mundo, alterado em seu funcionamento pelo surgimento do novo coronavírus. Solidariedade e união perdem para a ganância. Assim, um grupo de clubes europeus ricos se reúnem e resolvem criar seu "Clube do Bolinha", jogando entre eles, multiplicando o faturamento e esmagando os demais, os menores.
Se tem uma coisa legal nessa lamentável história do Clube dos Riquinhos é perceber a reação da absoluta maioria de seus torcedores, os verdadeiros apaixonados por futebol, que são, no fim das contas, aqueles que permitem a esses clubes gerar tanto interesse e, claro, dinheiro.
— Gian Oddi (@gianoddi) April 19, 2021
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