Ex-diretora do Náutico denuncia irmão do presidente por assédio sexual e moral
'Ele me perguntou se eu gostava de sexo a três' e 'disse que minhas sardas davam tesão nele', contou Tatiana Roma
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A Polícia Civil investiga a denuncia de assédio sexual e moral protocolada por Tatiana Roma, ex-diretora do Náutico, contra o superintendente financeiro do clube, Errisson Rosendo de Melo, que é irmão do presidente executivo do alvirrubo, Edno Melo.
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Segundo a informação publicada pelo 'ge.globo', o Boletim de Ocorrência foi protocolado no dia 12 de novembro, mas o assunto ganhou repercussão na última segunda-feira, quando a ex-funcionária, em tom de denúncia, versou sobre o caso nas redes sociais. O documento que o portal teve acesso constata que, durante o período entre maio de 2020 e julho deste ano, quando a ex-funcionária deixou o clube, supostos crimes de importunação sexual e contra a honra, como injúria, calúnia e difamação foram cometidos contra ela.
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- No começo, era só o que alguns homens consideram como brincadeiras de mau gosto. Eu percebi que passou para uma problema maior no dia em que cheguei ao clube e Errisson estava me esperando e me perguntou se eu gostava de sexo a três. Eu não respondi e subi. Isso foi a primeira. Depois houve várias desse tipo - disse a ex-diretora, em entrevista ao 'ge.globo.'
- Teve um dia em que estava com uma blusa em que aparecia um pouco o meu ombro e ele disse que minhas sardas davam tesão nele e que ele não conseguia se concentrar no que eu estava falando com ele. Outra vez, em frente a outro funcionário, ele perguntou se eu conhecia o motel Lemon. E aí foi uma escalada. Com outras funcionárias, ele fazia questão de trocar de roupa na frente delas, trocava de blusa. Coisa desse tipo - completou.
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A ex-diretora revelou também que o presidente da torcida organizada Fanáutico, conhecido como “Negão”, a procurou para delatar o pedido de Erisson para denunciá-la por racismo. A sondagem foi relatada a Alexandre Carneiro, presidente do Conselho, em carta recebida pela secretaria do órgão no dia 28 de outubro, e o acerto foi pautado em um acordo extrajudicial.
Segundo ela, porém, Alexandre a 'pressionou' para manter o caso em sigilo, e subsequentemente, o irmão do presidente não cumpriu o dever de doar 50 cestas básicas para o Lar do Neném, ONG que acolhe crianças em Recife.
- Eu aceitei o acordo porque queria paz e retirei o processo do Conselho. Só que Errisson não doou as 50 cestas básicas. Ele fez uma transferência no valor de R$ 2,5 mil, que não corresponde ao valor de 50 cestas básicas. Fiz uma nova denúncia ao Conselho pedindo o afastamento de Erisson em 48 horas e aí minha vida virou um inferno - continuou ao 'ge.globo'.
Sem sucesso nos assédios sexuais, Erisson teria passado a usar ofensas para desmoralizar a ex-funcionária, até mesmo em frente a funcionários.
- Quando ele viu que não conseguiria, começou a fazer o que, para mim, por incrível que pareça, é ainda pior. Ele começou a me atingir moralmente. Começou a me chamar de idiota, me esculhambar. O custo de um jogo, por exemplo, era de R$ 6 mil, e ele me dava R$ 500 e mandava eu me virar. Ele começou a querer me diminuir para ver se conseguia o que ele queria. Chegou na frente de um funcionário de segurança privado e disse para não fazer nada que eu mandasse porque eu era uma imprestável - relatou Tatiana.
A defesa de Erisson prometeu que, caso Tatiana Roma não apresente provas, será acionada na Justiça. Já Alexandre Carneiro, negou ter pressionado a ex-diretora e disse que apenas indicou o sigilo do caso, para que ela não se tornasse alvo de acusações políticas, uma vez que aproxima-se o período eleitoral do Náutico.
Veja a nota do Náutico na íntegra
A respeito de denúncia que está circulando nas redes sociais e na imprensa, a diretoria do Náutico vem se posicionar sentido de que:
Sob orientação do setor jurídico, à época em que o assunto veio ao conhecimento da gestão, foi indicado que haveria um diálogo entre as partes, e que veio a se confirmar com a posterior celebração de um acordo, o que representava, naquele momento, um entendimento.
Se, de fato, há desdobramentos recentes, inexistentes no período citado, será envidada uma apuração detalhada do ocorrido, para eventuais novas deliberações.
Naturalmente, diante da gravidade da denúncia, o funcionário em questão pediu afastamento enquanto o assunto está sendo tratado no âmbito jurídico. Todas as medidas que se fizerem necessárias serão adotadas para que não restem dúvidas sobre os fatos e efetiva ação, no caso de outras medidas administrativas cabíveis.
Ficam reiterados aqui os princípios sempre praticados pela gestão, de combate a todas as formas de desrespeito, preconceito ou intolerância, de qualquer ordem.
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