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‘Ficamos sem a companhia de Dener e fazia muita falta’, revela Campello, presidente do Vasco

Atual mandatário do clube era médico do Cruz-Maltino em 1994, ano em que o talentoso jogador faleceu. Ele revelou o clima nos bastidores e explicou a asfixia da promessa

Dener desembarcou no Vasco falando em estar na Copa do Mundo de 1994
imagem cameraADEUS, DENER! Aos 23 anos, uma das maiores promessas do futebol faleceu em 1994 (Reprodução/Jornal dos Sports)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 17/04/2020
22:46
Atualizado em 19/04/2020
04:10

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Atualmente na presidência do Vasco, Alexandre Campello era membro da comissão médica do clube em 1994 e viveu intensamente a madrugada do dia 19 de abril daquele ano. A morte do atacante Dener em um acidente de carro no Rio de Janeiro abalou o Cruz-Maltino e o futebol brasileiro. O presidente relembrou os bastidores daquela semana e dimensionou a chegada de Dener ao Vasco com a de outro camisa 10.

Formado em medicina, Campello tem a sua história na profissão ligada ao Vasco. Desde cedo dentro do clube, em 1994, ano da morte do atacante da Portuguesa emprestado ao Cruz-Maltino, o atual mandatário do clube contou ao LANCE! como foi a manhã em que foi descoberto o acidente automobilístico que vitimou a promessa.

- Lembro que estava em casa, ainda dormindo, quando recebi um telefonema falando sobre o acidente. Corri para a Lagoa e, entre o pessoal do Vasco, fui um dos primeiros a chegar ao local. Aí foi aquele baque ver que o Dener tinha falecido daquela maneira tão trágica. Era um menino bom, muito novo (23 anos), cheio de sonhos - afirmou Alexandre Campello, que desabafou:

- Foi um dia difícil, bem difícil. Aliás, não só esse dia, mas os outros que vieram a seguir. De uma hora para outra, ficamos sem a companhia do Dener no dia a dia, fazia muita falta.

Dener - Vasco x Fluminense
Dener com a camisa do Vasco, em 1994 (Reprodução)

Para muitos torcedores, mesmo precoce, Dener era um craque. A melhor comparação para explicar o tamanho do eterno camisa 10 da Portuguesa, segundo Campello, é recorrer para outro astro do futebol. Ele se mostrou orgulhoso ao lembrar da promessa brilhando em São Januário.

- Seria, por exemplo, se o Neymar, lá em 2009, 2010, fosse emprestado pelo Santos para o Vasco. Ou o Robinho, também no início de carreira. Me recordo desses dois por causa do estilo de jogo. Dener foi um jogador extremamente irreverente, driblador, como quase não existe mais hoje em dia. É o tipo de contratação que enche o torcedor de orgulho, de autoestima.

Alexandre Campello
Campello foi médico do Vasco e agora é presidente do clube (Foto: Luiza Sá)

Embora a tragédia esteja completando 26 anos, muitos torcedores ainda não entendem como foi a morte do jogador. Ao retornar de São Paulo na madrugada, o carro onde Dener estava bateu em uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Deitado no banco do carona, ele estava com o cinto de segurança na altura do pescoço no momento da colisão.

'Seria como se o Neymar, em 2010, fosse emprestado para o Vasco'

- Esse trauma no pescoço fraturou um ossinho no gogó, o osso hioide, e esse sangramento abundante acabou provocando uma espécie de asfixia, tamponando o pulmão do Dener - explicou ele.

Alexandre Campello ainda relembrou os momentos do jovem atacante com a camisa alvinegra. Para o presidente do clube, um amistoso entre Vasco e o Newell’s Old Boys, em 1994, dá a dimensão do que foi Dener.

- Ele pegou a bola pela direita e entortou um monte de jogador adversário, só parando no goleiro. O Maradona, que na época jogava pelo Newell’s, foi lá no vestiário depois do jogo para cumprimentá-lo, só para você ter uma ideia. Acho até que o Dener não teria vida tão longa assim no Vasco, porque na época ele estava emprestado e dizia-se que ele tinha uma venda encaminhada para o Stuttgart, da Alemanha.

Vale recordar que, naquele ano, o time da Colina foi campeão do Campeonato Carioca. No entanto, Campello pondera que o time seria vitorioso de maneira invicta se não fosse o acidente automobilístico. A única partida onde o Vasco foi derrotado foi no clássico contra o Flamengo, que terminou em 2 a 1, jogo seguinte à morte de Dener.

*sob supervisão de Tadeu Rocha

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