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Filho de Marcelinho Paraíba é citado em meio à investigação sobre o esquema de manipulação de resultados em apostas

Ex-jogador Rodrigo Paraíba aparece em troca de mensagens com Bruno Lopez, apontado pelo MP-GO como principal articulador das fraudes nas partidas dos Brasileiros da Série A e B de 2022 e em Estaduais

Rodrigo-Paraíba
imagem cameraHoje ex-jogador, filho de Marcelinho Paraíba confirma conversas, mas nega participação em fraude (Foto: João Lucas Cardoso / Joinville)
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Lance!
João Pessoa (PB)
Dia 17/05/2023
14:33
Atualizado em 17/05/2023
16:54

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A lista de citados no inquérito do Ministério Público de Goiás (MP-GO) em meio à investigação de um esquema de fraude resultados de futebol em casa de apostas chegou a Rodrigo Nascimento dos Santos, o ex-jogador Rodrigo Paraíba. De acordo com o "Estado de São Paulo", o filho do ex-jogador Marcelinho Paraíba aparece em uma troca de mensagens com Bruno Lopez, considerado pelo MP como principal articulador das manipulações de resultados.

A troca de mensagens entre Bruno Lopez (mencionado como BL nas conversas) e Rodrigo Paraíba traz como tema uma partida válida pela semifinal do Campeonato Paraibano deste ano. O jogo investigado na Operação Penalidade Máxima é a partida entre Treze e São Paulo Crystal, e a princípio, envolvia apenas um acordo de cobranças de escanteio. No entanto, o ex-jogador "garantiu" a vitória do Galo.

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As mensagens aconteceram no dia 25 de março, um dia antes de Treze e São Paulo Crystal se enfrentarem no Estádio Amigão, em Campina Grande. BL pergunta a Rodrigo se "vai rolar o escanteio", indicando uma suposta ajuda de jogadores do São Paulo Crystal a favor do Treze. O ex-jogador foi veemente ao dizer que "o jogo todo" estava garantido.

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Suspeita do MP-GO é de que manipulação por escanteios se tornou combinação de resultado na semifinal do Paraibano (Foto: Daniel Vierra / Treze)

Em meio às conversas, o filho de Marcelinho Paraíba também disse que apenas dois jogadores do Carcará do Engenho não estavam a par do esquema. Ao ver Bruno Lopez reticente, Rodrigo persistiu.

- Eu não sou cobra, mano. O atleta é meu, patrão. Só vou entrar e mandar se for certeza. Achando que sou "muleke" (sic) ou idiota de entrar em alguma furada? - disse.

Ao "Estadão", Rodrigo Paraíba confirmou as conversas com BL. Porém, negou que tenha participado de esquema fraudulento de apostas. Segundo o ex-jogador, houve apenas uma previsão do que aconteceria na partida.

O Treze venceu por 1 a 0 a partida, com gol de Jhonatan Moc. Como o jogo de ida teve empate em 1 a 1, o Galo foi para a decisão e, posteriormente, levou o título ao superar o Sousa nos pênaltis. O título, porém, está sub judice.

Segundo as investigações do Ministério Público, Bruno Lopez seria o principal agente de apostas no Campeonato Paraibano. Cabia a ele escolher quais seriam as alternativas mais vantajosas para o grupo na competição. BL foi preso no dia 14 de fevereiro, no decorrer da primeira fase da Operação Penalidade Máxima, e solto cinco dias depois. Em abril, ele, que se apresentava originalmente como empresário de jogadores, voltou a ser preso.

ENTENDA O CASO

A investigação sobre suspeita de manipulação de resultados teve início em novembro do ano passado. O mandatário do Vila Nova, Jorge Hugo Bravo, descobriu que jogadores do clube vinham sendo aliciados por um grupo de apostadores antes da partida contra o Sport pela Série B. O dirigente juntou provas da tentativa de manipulação e procurou os promotores que combatem o crime organizado no estado.

Oficial da Polícia Militar, Jorge Hugo Bravo descobriu que o atleta Marcos Vinícius Alves Barreira, apelidado de Romário, tinha sido aliciado. Como o jogador não foi escalado, tentou induzir algum companheiro de time a levar um cartão vermelho ou cometer um pênalti no seu lugar. O valor combinado, segundo depoimento de Romário, era de R$ 150 mil, com uma "entrada" de R$ 10 mil, conforme vídeo de seu depoimento divulgado no programa dominical "Fantástico", da Rede Globo. Entre os vídeos, há ameaças de um integrante do esquema ao zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos.

A investigação apontou que houve manipulações em jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022 e em partidas de Estaduais. O grupo pagava para que jogadores fizessem determinadas ações, como receber cartões amarelo e vermelho ou cometer pênaltis. Em paralelo, os integrantes apostavam em sites do ramo que esses lances ocorreriam durante os jogos e conseguiam lucros.

Há estimativas de que o grupo “investiu” R$ 8430,00 e somou ganhos de R$ 730.616,00. O MP-GO continuará a apurar o caso e não descarta que ocorreram manipulações de resultados em outros jogos de futebol. A Operação Penalidade Máxima está em sua segunda fase.

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