Investir na bolsa pode ser a melhor jogada para atletas de futebol aposentados
Atletas profissionais devem estar atentos às regras de tributação na busca da independência financeira<br>
O mundo da bola não vive apenas do luxo e da fama. De acordo com um estudo da consultoria Ernst & Young (2018), existem cerca de 80.000 jogadores de futebol profissionais no país e quase 12 mil, ou seja, 15% somente jogam efetivamente durante as temporadas. Destes, apenas 12% ganha um salário superior a R$5.000,00.
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Além disso, o tempo efetivo de atuação como jogador profissional não costuma ultrapassar os 20 anos de carreira visto que, na maioria dos casos, os atletas profissionais despedem-se dos campos ao completar 40 anos de idade.
Nesse sentido, eles precisam buscar outras formas de renda que possibilitem dividendos mensais e o aumento do patrimônio. E é justamente isso que alguns jogadores mais visionários já estão fazendo ao investir na Bolsa de Valores do Brasil. Mateus Gonçalves, atleta do time paraguaio de futebol Cerro Porteno, investe na Bolsa desde 2019 e explica por que começou a aplicar no mercado variável.
- O que me motivou foram as estatísticas de que a maioria dos jogadores de futebol que se aposentam no Brasil, estão praticamente quebrados, não conseguem a independência financeira e precisam voltar a trabalhar em outro emprego. Eu quero chegar lá com condições de sustentar a minha família, mantendo um padrão de conforto e independente financeiramente - disse Mateus.
Mateus é um dos quase 3 milhões de novos investidores que chegaram na B3 nos últimos anos com o mesmo objetivo: garantir renda através dos investimentos no mercado de capitais e em dividendos de ações. Entretanto, Alice Porto, do canal Contadora da Bolsa, atenta que os investimentos na Bolsa de Valores podem ser bastante frutíferos, se forem bem administrados financeira e contabilmente. Isto porque, a tributação dos investimentos em renda variável tem regras bem específicas a serem cumpridas e, acima de tudo, estão na iminência de serem modificadas, de acordo com a proposta do governo para a reforma tributária, que está em trâmite atualmente.
- O investidor precisa saber que, independente do valor investido na bolsa, nem que seja R$1, é preciso declarar tudo no imposto de renda. Além disso, o cálculo dos resultados deve ser mensal, para ver se vai precisar pagar imposto através do DARF (no caso de lucro tributável) ou não (em caso de prejuízo). Caso o investidor não cumpra com estas obrigações, pode cair na malha fina e levar um baita mordida do Leão, pagar multas e ainda ter o CPF bloqueado - finaliza Alice.
A proposta 2337/2021 contempla a segunda fase da reforma tributária proposta pelo governo federal e inclui mudanças significativas nas regras dos investimentos na bolsa e do imposto de renda das pessoas físicas e empresas. Atualmente, encontra-se em análise no Senado Federal, sem prazo para finalização.