Jogadores brasileiros tentam fugir do Sudão em meio a conflito armado; ex-Flamengo faz apelo por ajuda
País vive instabilidade política durante conflitos em disputas pelo poder. Mais de 200 mortes já foram confirmadas
Um grupo de brasileiros que jogam no Al-Merreikh, do Sudão, está trancafiado em um prédio no país como forma de proteção do conflito armado que vem acontecendo no país africano. Entre eles, Paulo Sérgio, ex-jogador do Flamengo e outros clubes brasileiros, que concedeu entrevista para a Globo e fez um apelo por ajuda. Ao todo, estão presos no prédio nove brasileiros, entre eles atletas e membros da comissão técnica do clube.
- Essa guerra não é nossa. E cada dia que passa é mais apreensão. A gente não sabe o que vem pela frente, qual é o desenrolar disso. A gente acorda, faz as refeições e passa o dia conversando. A comida começa a acabar. Estamos fracionando. A luz e a internet estão caindo. A gente tenta poupar os dados, mas o nosso medo é ficar incomunicável. A gente não sabe o que vai acontecer - contou o jogador Paulo Sérgio.
Esposa de Paulo Sérgio, Blanca Bullos fez um apelo para que o governo brasileiro ajude a repatriar os atletas e profissionais do clube africano.
- A gente vem aqui fazer esse apelo em nome de toda a família do meu marido, da nossa família, da mãe do meu marido e do pai do meu marido. Que o Itamaraty tome uma atitude, que se tiver um cessar-fogo, que se puder mediar essa situação desses brasileiros nesse momento - disse à TV Globo.
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Segundo o portal 'g1', mais de 200 mortes já foram registradas e 1,8 mil pessoas ficaram feridas em ataques à bomba que estão sendo transmitidos pelas redes de emissoras do país. Dois hospitais da capital do país foram atingidos por foguetes e precisaram ser esvaziados. O Ministério das Relações Exteriores disse que está em contato com os brasileiros que vivem no Sudão.
- O governo brasileiro tem mantido coordenação com outros países que também têm cidadãos em território sudanês sobre ações coordenadas de assistência, a serem eventualmente implementadas a partir do momento em que as condições de segurança permitirem - disse o Itamaraty.
A disputa envolve o comandante do Exército, general Abdel Fatah al Burhan, líder de fato do país, e seu número 2, o general Mohamed Hamdan Daglo, conhecido como "Hemedti", comandante das Forças de Apoio Rápido (FAR). Os dois disputam o poder após darem um golpe de Estado em governantes civis em outubro de 2021.