Em 2023, o Flamengo reinaugurou o seu Museu, que fica na sede social do clube, na Gávea. Em visitação, o espaço foi alvo de duras críticas do jornalista Mauro Cezar, principalmente pela "omissão completa dos 10 meninos mortos no CT em 8 de fevereiro de 2019". As vítimas da tragédia que matou dez jovens no Centro de Treinamento do Flamengo não receberam nenhum tipo de homenagem no museu.
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Veja o pronunciamento de Mauro Cezar
Tente encontrar, no Museu do Flamengo, referências a Moderato, Pirilo, Valido, Leonidas, Zizinho, Domingos, Fausto, Evaristo, Dr. Rúbis, Carlinhos, Reyes, Doval, Zagallo, Geraldo e tantos outros.
Não será fácil. E se achar, sobre muitos deles, verá somente a foto rodando num painel com o nome, sem qualquer informação a mais. Quem foi? Quando jogou? Quais seus feitos com a camisa rubro-negra? Nada disso está acessível naqueles painéis.
O Museu do Flamengo decepciona, mas ainda é possível corrigir erros crassos, que vão além da falta de referências e detalhamento de vários nomes históricos do futebol rubro-negro. Como a omissão completa dos 10 meninos mortos no CT em 8 de fevereiro de 2019. O memorial existente na Gávea antes da inauguração desse espaço tinha uma homenagem aos Garotos do Ninho. No Museu do Flamengo, parece que eles nunca existiram.
Logo após a inauguração, questionei a assessoria de imprensa do museu, em 7 de agosto de 2023. A resposta: “A homenagem para os meninos do Ninho está la no CT mesmo - não terá mais uma no museu”. Insisti, afinal, o Centro de Treinamentos não fica aberto à visitação, quem pode ver a tal homenagem? Até hoje, 468 dias depois e após novas mensagens cobrando uma resposta que faça sentido, ela ainda não veio.
Quem fez a curadoria do Museu do Flamengo tem muito a corrigir, se o objetivo do trabalho for contar a história do clube. Contar a história. É o que fazem os museus. Esses nomes, e muitos outros, fazem parte dela, que não começou em 2019, tampouco em 1981. E os Garotos do Ninho também, mesmo que da maneira que ninguém jamais desejaria. Faz bem a torcida do Flamengo, que os homenageia cantando aos 10 minutos de cada jogo. “São 10 estrelas a brilhar”. Sim, eles são. Menos no Museu do Flamengo.