Juninho diz que se afastou de 90% dos familiares e criticou Bolsonaro: ‘filho da fake news’
Jornal 'The Guardian' entrevistou o ex-jogador que também falou das desigualdades sociais no Brasil, principalmente da fome e da falta de educação básica<br>
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O ex-jogador Juninho Pernambucano, ídolo do Vasco e atual dirigente do Lyon, da França, falou em entrevista ao 'The Guardian', da Inglaterra, que deixou de falar com 90% da família que votou em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018.
- No começo, por volta do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, tentei conversar com as pessoas e mostrar-lhes vídeos e tudo sobre o que estava acontecendo. Bolsonaro é filho do WhatsApp e de Fake News. As pessoas que apoiavam Bolsonaro eram maioria e foi minha decisão me afastar delas. Eu sei que alguns deles estão se arrependendo de sua decisão agora. Eles achavam que Bolsonaro era a única opção - disse.
A publicação afirma ainda que o ex-jogador ficou com a voz embargada quando começou a falar das desigualdades sociais no Brasil, principalmente da fome e da falta de educação básica.
- As pessoas ricas dizem que temos que investir em educação - mas como? Precisamos lutar contra a fome, como disse o Lula. Se você está com fome, não tem confiança. Imagine um pai ou mãe que não são capazes de fornecer três refeições por dia para seus filhos. Mas ainda mais importante que a educação é dignidade. A dignidade humana é um direito que todos nós precisamos ter. Desculpe, isso está me deixando muito emocionado - concluiu.
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Ainda emocionado, Juninho falou sobre os problemas enfrentados pelo Brasil durante a pandemia do coronavírus.
- Sinto uma profunda tristeza. Desespero. Estamos fazendo tudo errado; indo contra tudo o que o resto do mundo está fazendo. Eu sou brasileiro, sei que somos um país pobre e nosso pessoal precisa trabalhar, mas isso é uma questão de vida. Se tivéssemos um bloqueio, poderíamos estar perto do fim disso, mas não ... é desesperador ver nosso país agora - disse
Juninho concluiu fazendo uma critica a imprensa brasileira que, segundo ele, poderia ter contribuído com a derrota de Bolsonaro nas urnas.
- Temos grandes jornalistas em nosso país, mas não um editor que publique e publique. Mais de 42 milhões de pessoas não votaram em 2018. Se a imprensa brasileira tivesse feito seu trabalho real, Bolsonaro nunca teria sido eleito. Jornalismo de verdade: escreva e conte a verdade a todos. ”
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