Marido de Fabiana, da Seleção Brasileira de vôlei, acusa Carrefour de racismo
Em nota enviada ao LANCE!, rede de supermercados diz que funcionária acusada foi desligada
Vinícius de Paula, marido de Fabiana Claudino, bicampeã olímpica com a Seleção Brasileira de vôlei, acusou a rede de supermercados Carrefour de racismo. Primeiro, na sexta-feira, ele escreveu um relato nas redes sociais sobre o episódio. Neste sábado, Vinícius publicou um vídeo, acompanhado da atleta e do seu advogado, reforçando a acusação.
De acordo com o marido da jogadora, ele se dirigiu ao caixa preferencial de uma unidade do Carrefour em Alphaville, São Paulo, que estava vazio, e teve o atendimento recusado por uma funcionária do supermercado.
- Fui passar pelo caixa preferencial que não tinha ninguém aqui no Carrefour. A atendente disse que não podia me atender, porque, se surgisse alguém preferencial, ela tomaria uma multa. Eu disse que, se isso acontecesse, eu daria meu lugar na fila para essa pessoa. A atendente do caixa insistiu que não poderia me atender. Me dirigi para outro caixa e fiquei esperando para ser atendido. Quando olho pra trás, a atendente estava com uma cliente branca não preferencial no caixa - contou em publicação no Twitter.
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No vídeo publicado por Vinícius neste sábado, o advogado Hédio Silva Jr. alega que a situação vivida pelo cliente configura crime e apontou um suposto histórico de racismo da rede de supermercados. Em 2020, João Alberto Silveira Freitas, um homem negro, foi espancado e morto por dois seguranças terceirizados, vinculados à empresa de segurança Vector, a em uma unidade do Carrefour na cidade de Porto Alegre. O episódio, ainda em investigação, foi motivado por preconceito racial, de acordo com o Ministério Público.
- Carrefour é uma empresa que não aprende e não esquece nada. Uma empresa que mata negro, que humilha, que ultraja, que constrange. O que o Vinicius passou ontem é crime, está absolutamente traumatizado do ponto de vista emocional e psíquico. Pelo jeito, o Carrefour não implantou nenhum programa significativo, substantivo. Dessa vez, isso não vai passar impune - afirmou o profissional.
Nas redes sociais, Fabiana Claudino apoiou o marido desde o primeiro relato. Além de repostar todas as publicações de Vinícius sobre o caso, a jogadora utilizou seu perfil no Twitter para cobrar o Carrefour.
- Meu marido se dirigiu a outros funcionários que afirmaram que, na ausência de um cliente preferencial, qualquer pessoa deve ser atendida. Então, Carrefour, quer que eu desenhe o que aconteceu? Não aprendem com tudo que já aconteceu né? Até quando? - escreveu em uma das postagens na rede social.
Meu marido se dirigiu a outros funcionários que afirmaram que na ausência de um cliente preferencial, qualquer pessoa deve ser atendida. Então @carrefourbrasil? Quer que eu desenhe o que aconteceu??? Não aprendem com tudo que já aconteceu né? Até quando???
— Fabiana Claudino (@FabianaClaudino) April 8, 2023
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Após contato do LANCE!, o Carrefour enviou um posicionamento oficial sobre o caso. Veja.
"O Carrefour informa que às 15h do dia 07/04 o Sr. Vinicius teve o atendimento recusado por uma operadora de caixa na fila preferencial, sem justificativa. A colaboradora, que estava em período de experiência, foi imediatamente afastada pela gerência e desligada no mesmo dia. Acolhemos o cliente no mesmo momento, tendo seguido em contato com ele desde então - e continuamos abertos ao diálogo. Lamentamos profundamente a dor causada ao Sr. Vinicius e sua família. Nossa política é de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento desrespeitoso, além de promover esforços constantes na conscientização dos nossos colaboradores.
Nos últimos dois anos o Carrefour assumiu a responsabilidade de fazer uma transformação de dentro para fora no combate ao racismo estrutural no país, com investimento de mais de R$ 115 milhões, com maior foco na área de educação. Todos os nossos colaboradores são constantemente capacitados para uma postura antirracista e recentemente firmamos uma parceria com a Faculdade Zumbi dos Palmares para criação do primeiro curso de nível superior para formação de profissionais na área de segurança visando combater o racismo."
Assista abaixo ao posicionamento de Vinícius de Paula e Hédio Silva Jr.