Membro do Movimento Verde-Amarelo defende o grupo: ‘O novo sempre encontra resistência’

Em todos os jogos da Seleção Brasileira na Copa, o "Fifa Fan Fest", na Praia de Copabacana, no Rio de Janeiro, reuniu torcedores para assistir às partidas em três grandes telões. Também em todos eles, o Movimento Verde-Amarelo, "torcida organizada" do Brasil, animou o público antes da bola rolar. O integrante do grupo Carlos Alberto da Costa, conhecido como Professor Bebeto, conversou com o LANCE! e falou sobre essa experiência.

Comandante do movimento no festival, Bebeto subiu ao palco antes de cada jogo com um microfone, acompanhando por uma bateria, e teve a missão de puxar as músicas com intuito de aquecer o público para torcer com animação durante a partida.

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Muito atuante na Copa do Mundo, com cerca de três mil integrantes no Qatar e outros milhares no Brasil, o Movimento Verde-Amarelo divide opiniões nas redes sociais. Parte do público elogia a iniciativa de animar a torcida brasileira e criar novas músicas, enquanto outros criticam a atuação do movimento. Para Bebeto, as críticas fazem parte por se tratar de um grupo que está ganhando projeção somente agora. 

- Infelizmente, nós temos uma cultura de crítica. O novo sempre encontra resistência, você tem que mostrar que aquilo é bom. Somente com exaustão e insistência nós vamos fazer o pessoal entender que temos boas intenções e não viemos para roubar o espaço de ninguém. Viemos para unir o torcedor brasileiro em músicas, em cantoria, nessa cultura de fanatismo. A galera vai cantar no seu churrasco em casa, no Acre, no Pará, na Paraíba, em São Paulo, na Bahia, no Rio Grande do Sul. Nada contra, mas nosso torcedor só cantava 'Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor' e criticava - afirmou. 

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O esforço de Bebeto para animar o público foi notável. Ele comandou toda a movimentação e até brigou com os mais desanimados. "Ô de camisa amarela, abaixa aí, po!", chegou a gritar para um homem antes do duelo contra a Croácia. Para ele, o saldo de sua participação no Fan Fest foi bastante positivo.

- A galera está aprendendo, cada dia canto uma música diferente, eu estou vendo geral respondendo e a bateria tem ajudado bastante - celebrou.

Bebeto também falou sobre sua chegada ao Movimento Verde-Amarelo. Fanático pela Seleção desde cedo, ele foi convidado a participar do grupo durante a Copa América do ano passado. 

- Eu sou fanático pela Seleção Brasileira desde a Copa de 1994, a primeira que eu lembro. Em 2018, fiquei encantado com a festa que a galera fez na Rússia e me programei para estar no Qatar, mas por algumas infelicidades não consegui cumprir. Durante a Copa América, comecei a conhecer a rapaziada. O Bruno, componente do MVA (Movimento Verde-Amarelo), me viu na arquibancada e falou 'Você é nosso', me apresentou para todo mundo e mergulhei de vez - revelou.

A presença do Movimento Verde-Amarelo no Qatar trouxe muitos holofotes para o grupo, mas integrantes espalhados pelo Brasil, e até fora, também foram responsáveis por animar torcedores durante a Copa. Bebeto contou como se deu essa divisão dos membros da torcida. 

- A divisão respeitou hierarquia, condição financeira e logística. Além de não ter condição de ir, muita gente não se programou. Foram dois ou três mil componentes do MVA para lá (Qatar), mas estamos em todos os estados do país e em mais de 14 países. Nós trazemos essa cultura de torcida para a Seleção Brasileira, temos que trazer isso dos clubes para a Seleção. Nós somos fantásticos sim, mas não tinha essa cultura de cantar, de incentivar - explicou.

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Com a derrota do Brasil para a Croácia nos pênaltis, Professor Bebeto e a bateria do Movimento Verde-Amarelo terminaram sua participação no "Fifa Fan Fest" nesta sexta-feira.