‘Narra quem sabe’: L! mostra perfil da candidata Manuela Avena
'Tenho orgulho de ser nordestina. Espero fazer bonito para devolver esse orgulho', afirmou a candidata de 29 anos. Ao L!, a baiana Manuela relembra sua chegada ao jornalismo
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Em março deste ano, a jornalista Vanessa Riche conversou com o LANCE! e declarou que 'era preciso uma mulher narradora'. A fala faz referência ao projeto ‘Narra quem sabe’, do Fox Sports, que vai escolher três mulheres para ser a voz do canal na Copa do Mundo. Com isso, o L! conversou com as selecionadas Natália Lara, Gaby de Saboya, Luciana Zogaib, Isabelly Morais, Renata Silveira — e a entrevistada desta quarta-feira, Manuela Avena.
Formada em publicidade, a baiana de 29 anos fez pós-graduação em gestão esportiva, até ser convidada para participar de uma web-rádio por um professor. Atuando como repórter, não demorou para entrar no processo seletivo da Rádio CBN, onde foi chamada. Única nordestina do programa, Manuela não esconde o orgulho de representar a região.
— O nordeste de uma forma em geral tem menos visibilidade por parte da mídia, até no próprio esporte. A gente de jornalismo reclama muito disso, que mal passam jogos de Bahia e Vitória. Eles têm muito pouco prestígio na mídia nacional. Quando vi que era a única pessoa que representaria o nordeste, representaria a Bahia, fiquei muito feliz e todo mundo depositando muita confiança nisso. Espero fazer muito bonito para poder devolver esse orgulho. Eu tenho muito orgulho de ser nordestina e ser baiana — declarou.
O fã clube de Manuela é forte nas redes sociais. Torcedores de Bahia e Vitória fazem campanha pela candidata, conhecida por suas coberturas como repórter nos jogos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Ela agradece pelo apoio recebido, diz que ficou 'sem graça' quando recebeu o chamado da Fox e que ainda não acordou do sonho de narração que está vivendo.
— Eu fiquei meio sem graça. É surreal imaginar que uma baiana, que até dois anos atrás nem pensava em trabalhar com futebol, que estava procurando um lugar para se encaixar, procurando achar um cantinho no mundo para dizer que era 'meu profissionalmente, achar isso. Foi tudo tão ‘não me belisca porque parece que eu estou dormindo', sabe? Eu continuo em êxtase, não sei quando vou acordar. As pessoas falam que eu tenho que reagir. As vezes eu reajo devagar. Se eu parasse para pensar, jamais imaginaria — revelou.
Das seis selecionadas, apenas três vão ser escolhidas para narrar os jogos do Brasil na Copa do Mundo. Elas vão receber treinamento na sede do Fox Sports, no Rio de Janeiro, e os nomes serão divulgados no dia 15 de maio. Nunca passou pela cabeça de Manuela narrar uma Copa do Mundo, mas a jovem conta com o apoio da família para alcançar seu objetivo.
— Eles ficaram muito felizes com essa oportunidade. Estou tendo chance de aprender cada vez mais, porque é um crescimento pessoal e profissional, e se eu conseguir narrar a Copa do Mundo é um sonho realizado. Isso sempre fui eu, sempre foi assim desde muito cedo, sendo publicitária, estudante ou do jeito que fosse. E aumentou mais depois que tive a oportunidade, porque comecei a trabalhar com isso — e completou:
— Apesar de nunca passar na minha cabeça de narrar uma Copa do Mundo, é sempre o máximo do esporte. As pessoas sabem que, por mais que não tenha trabalhado muito tempo na área, eu sempre vivi esporte, isso está no meu sangue e dentro de mim. Eu sempre conversei sobre esporte, sempre falei sobre futebol, sempre conversei com homem de igual para igual — contou.
Bate-bola com Manuela Avena:
Qual jogo você escolheu enviar para o processo de seleção?
— Eu enviei o jogo do Barcelona contra o Paris Saint-Germain porque assisti e tinha certeza que o Barcelona ia passar. Foi um jogo que eu estava sozinha no meu quarto e gritava. Como apaixonada por futebol, saiu de mim. Eu gritava no quarto sozinha, eu ligava para todo mundo, queria conversar. Foi um jogo que mexeu muito como profissional e como pessoa. Achei aquilo fantástico, daquelas coisas que só acontecem no futebol. Foi emoção altíssima, quase um título de Copa do Mundo para o Brasil. Foi o que eu senti na hora — contou.
Quais seus pontos fortes e fracos na narração?
— Minha (característica) positiva é minha entonação, minha voz, a forma de eu falar. Acho que é um tom legal. Minha parte negativa é falta de experiência. Vou ter que correr muito atrás dessa vivência e sentir mais. Eu narrei pela primeira vez no jogo do Palmeiras (contra Alianza Lima), e pela segunda vez (reprise de Flamengo x Independiente). Eu senti que falta a vivência, a experiência. Vou ter que correr contra o tempo, mas vou adquirir essa experiência em pouco tempo, tenho certeza disso — explicou.
Como você vê a importância de uma mulher narradora na Copa?
— A importância é enorme. A gente luta tanto pela igualdade, de uma forma geral por condições melhores para que tenhamos o mesmo respeito que os homens. A gente não quer nada que é de ninguém, só queremos a igualdade e o respeito. Queremos ter o direito de narrar uma Copa do Mundo, que mais mulheres façam isso e tenham narradoras, comentaristas, repórter, e assim por diante. A importância para mim é exatamente de mostrar que a gente também pode de fazer bem feito, por capacidade, não por apenas ser mulher. A gente sabe das limitações, a gente sabe que não tem nenhuma narradora, e quando não tem você chama a atenção, é tudo muito novo — completou.
Quem é Manuela Avena?
— A Manuela é uma menina sonhadora, engraçada e as vezes tímida. É uma pessoa que se cobra muito e que corre atrás também. Falo muito rápido.Sou canceriana, sou muito emocional. As vezes tenho que ser mais racional para conseguir seguir. Sou um pouco idas e voltas, sempre tem uma justificativa de um lado e do outro. Sou uma pessoa muito feliz, muito família e prezo muito pela verdade. Sonho muito em contribuir com essas questões de igualdades de gêneros. Tento contribuir da minha forma para o esporte, aproveitando essa oportunidade ao máximo para trazer coisas boas, para que as pessoas gostem e isso seja para as próximas gerações também — disse.
Palpites para a Copa do Mundo:
Final da Copa: sonho seria Brasil x Argentina, realidade Brasil x Alemanha
Campeão: Brasil
Craque: Neymar
Artilheiro: Gabriel Jesus
Decepção: sonho seria Espanha, realidade Argentina
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