Neguinho da Beija-Flor fala de samba ‘Domingo, vou ao Maracanã’ e critica: ‘Estragaram o estádio’
Cantor e intérprete musical eternizou na canção 'O campeão' uma das tradições do futebol na cidade: acompanhar o futebol aos fins de semana no estádio
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Domingo é dia de ir ao Maracanã. A famosa música do cantor e intérprete musical Neguinho da Beija-Flor eternizou na canção "O campeão" uma das tradições do futebol na cidade: acompanhar o futebol aos fins de semana no estádio. Contudo, ele criticou as reformas feitas no Maracanã.
Um dos maiores nomes do Carnaval do Rio de Janeiro, Neguinho afirmou ao LANCE!, quarenta anos após o lançamento da música, que ele não esperava é que ela viraria um hino entre os principais times da cidade.
É possível escutar "meu time bota para ferver e o nome deles são vocês quem vão dizer" não apenas durante os blocos do Carnaval, mas ao longo de toda a temporada do futebol carioca.
- Honestamente, eu não esperava essa repercussão toda. Quando eu escrevi essa música, era para uma pessoa que queria fundar uma torcida. Quarenta anos depois, eu não esperava que se tornasse um hino de todas as torcidas do Brasil.
Outras três partes da música são capazes de trazerem saudosismo aos torcedores mais velhos que viram o antigo Maracanã: "vou levar foguetes e bandeira", "não quero cadeira numerada" e "vou ficar na arquibancada
para sentir mais emoção" são aspectos que mudaram no futebol.
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Atualmente, no entanto, foguetes e bandeiras não são permitidos em competições pelo mundo. Além disso, as novas arenas diminuíram o número de estádios sem cadeiras numeradas. Sobre essas mudanças, o autor da canção criticou o "novo futebol" e as reformas feitas para a Copa do Mundo 2014 no templo sagrado do esporte.
- Eu gostava do Maracanã como era, sem sombra de dúvidas. Gastaram uma fortuna para estragar. O bonito e gostoso era quando cabiam 210 mil pessoas, a geral, a galera gritando. Tiraram o charme do Maracanã.
Por não tratar especificamente de nenhuma torcida, os apaixonados por futebol abraçaram a obra de Neguinho e trocam o refrão dependendo do time. Não apenas os torcedores do Flamengo, clube do compositor, mas, vascaínos, botafoguenses e tricolores puxam nas arquibancadas cariocas o grito de "botar para ferver".
A grande repercussão da letra, contudo, não é proporcional ao tempo que ela demorou para ser escrita. Neguinho lembrou que escreveu a música em 45 minutos e explicou o motivo curioso de ter criado a canção.
- Emoção muito grande, nem acredito que fui eu quem fiz essa obra. Foi a mais rápida que eu já fiz. A ideia foi para homenagear um amigo que queria montar uma torcida do Vasco e, apesar de eu ser Rubro-Negro, ele me pediu o samba e fiz - disse, aos 70 anos, e completou:
- Não foi com a intenção de fazer sucesso, apenas aconteceu, para a minha felicidade. A torcida não se concretizou e eu fiquei com o samba, sucesso nas torcidas - finalizou o principal intérprete e puxador dos sambas da Beija-Flor de Nilópolis.
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