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Nelsinho Rosa, técnico campeão brasileiro com o Vasco, morre aos 85 anos

Ex-treinador tem no currículo dois Campeonatos Cariocas com o Fluminense e cargo como auxiliar na comissão técnica na Seleção Brasileira na Copa de 1990

Nelsinho-Rosa
Nelsinho Rosa atuou profissionalmente pelo Flamengo (Foto: Reprodução)

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Nelsinho Rosa, técnico com passagens por Fluminense e Vasco da Gama, morreu nesta terça-feira, aos 85 anos. O ex-treinador estava internado há sete meses e, segundo o "ge", piorou nos últimos dias por conta de uma infecção hospitalar.

Como jogador, Nelsinho começou a carreira no Madureira e atuou em parte da década de 1960 pelo Flamengo, onde conquistou dois Campeonatos Cariocas. Pelo Fluminense, já como treinador, também venceu dois estaduais, em 1980 e 1985.

Em 1989, Nelsinho levou o principal troféu da carreira: o Campeonato Brasileiro pelo Vasco. O título foi conquistado contra o São Paulo, no Morumbi, em equipe que contava com grandes nomes como Bebeto, Mazinho e Bismarck.

Um ano após o título do Brasileirão pelo Vasco, Nelsinho foi auxiliar técnico de Sebastião Lazaroni na Seleção Brasileira, na Copa do Mundo. Em 2013, quando atuava como coordenador no Madureira, o ex-técnico sofreu um acidente vascular cerebral.

O velório de Nelsinho será na quarta-feira (17), na sede do Madureira, na Rua Conselheiro Galvão, 130, no Rio de Janeiro. Em seguida, ele será enterrado no cemitério do Irajá, no Rio de Janeiro.

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DO INÍCIO NO MADUREIRA AOS TÍTULOS NO FLAMENGO

Nascido em 8 de dezembro de 1937, Nelson Rosa Martins iniciou sua relação com o futebol ainda garoto, nas equipes amadoras do Madureira. O meia foi aproveitado pelo treinador Jorge Vieira e, aos poucos, foi ganhando projeção no Tricolor Suburbano. Caracterizava-se por ser um meia clássico e de boa resistência física. 

Em 1962, veio uma mudança decisiva de ares: a pedido do técnico Flávio Costa, Nelsinho desembarcou no Flamengo. Com a camisa rubro-negra, ficou marcado por fazer uma dupla forte no meio de campo com Carlinhos "Violino" e conquistar os Campeonatos Cariocas de 1963 e 1965. Sua passagem ainda teve um momento inusitado: em um Flamengo e Vasco em 1964, seu gol marcado após um chute da intermediária fez o goleiro vascaíno Marcelo pedir substituição e, mais tarde, abandonar os gramados. O ciclo de Nelsinho na Gávea durou até 1968, quando decidiu pendurar as chuteiras. 

PRIMEIRO TÍTULO NA BEIRA DO CAMPO

Mesmo iniciando a rotina como dono de um posto de gasolina, Nelsinho seguiu no futebol. Após ter treinado a base do Madureira no início da década de 1970 e ser auxiliar técnico, em 1977 comandou pela primeira vez uma equipe: a Desportiva (ES). Seu início foi promissor, ao conquistar o Campeonato Capixaba com uma equipe repleta de jovens e que tinha como destaques os atacantes Wilson e Toninho.

TÍTULOS CARIOCAS PELO FLUMINENSE

Anos depois, Nelsinho teve sua primeira oportunidade como técnico no futebol carioca, ao acertar com o Fluminense. Contando com jogadores como o goleiro Paulo Goulart, o meio-campista Delei, o artilheiro Claudio Adão e apostando em Mário como seu camisa 10, o treinador viu o Tricolor das Laranjeiras se sagrar campeão e consagrar seu ídolo na final: o zagueiro Edinho marcou o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Vasco. No ano seguinte, ele deixou o comando do clube.

Em 1985,  voltou ao Fluminense e novamente se sagrou campeão carioca. Desta vez, Nelsinho Rosa contou com nomes como o goleiro Paulo Vitor, o zagueiro Ricardo Gomes, os atacantes Washington e Tato e os autores dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o Bangu na decisão: Romerito e Paulinho.

NA COMISSÃO TÉCNICA DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Em janeiro de 1989, Nelsinho foi convocado para uma árdua missão: ser um dos assistentes técnicos de Sebastião Lazaroni na Seleção Brasileira. O auxiliar contribuiu para que jogadores como Taffarel, Mazinho, Mauro Galvão, Ricardo Rocha, Romário e Bebeto conquistassem o título da Copa América realizada em solo brasileiro. Além disto, ele fez parte da comissão técnica na campanha das Eliminatórias da Copa do Mundo, sacramentada com a vitória por 1 a 0 sobre o Chile (em jogo no qual os chilenos abandonaram a partida no Maracanã).

CHEGADA A SÃO JANUÁRIO E TÍTULO BRASILEIRO NO VASCO

Em setembro de 1989, Nelsinho desembarcou em São Januário com a missão de conduzir o Vasco na busca por mais um título brasileiro. À época, o treinador destacou que "não se desligou totalmente da CBF" e ficaria à disposição de Lazaroni sempre que fosse solicitado.  

Na Colina, o técnico fez história. Como uma equipe que mesclava os jovens Bismarck e William e astros que o Cruz-Maltino contratou, como Luiz Carlos Winck, Marco Antônio Boiadeiro, Quiñonez e Bebeto, o técnico levou a equipe a ser campeã do Brasileirão em pleno Morumbi. O título veio com a vitória por 1 a 0 do Vasco sobre o São Paulo, com gol do centroavante Sorato.

MALAS PRONTAS PARA A COPA DE 1990

Passada a conquista do bicampeonato brasileiro na equipe cruz-maltina, Nelsinho Rosa bateu o martelo em relação ao seu futuro. Ele optou por voltar a fazer parte da comissão técnica da Seleção Brasileira comandada por Sebastião Lazaroni.

Após vivenciar uma preparação turbulenta da equipe canarinha em solo brasileiro, o Brasil para o Mundial da Itália. Na primeira fase, os brasileiros se classificaram na primeira colocação do grupo, com vitórias sobre Suécia, Costa Rica e Escócia. Porém, em jogo intenso, a Seleção que tinha Müller, Careca, Alemão, Valdo, Silas, Mauro Galvão, Ricardo Gomes e Branco amargou a derrota por 1 a 0 para a Argentina, sofrida com o gol de Caniggia. O Brasil acabou o torneio em nono lugar. 

PASSAGEM NO EXTERIOR E VOLTAS A FLUMINENSE E VASCO

Nos anos seguintes, Nelsinho Rosa voltou a ter espaço em clubes nos quais havia se destacado como treinador. Ele comandou o Vasco no Campeonato Brasileiro de 1992. A equipe, que tinha Bebeto como referência e trazia Bismarck, Luisinho, Jorge Luís e um jovem promovido por Nelsinho chamado Edmundo começou muito bem. Mas, após tropeços na fase final, foi desbancada pelo Flamengo e terminou a competição em terceiro lugar. 

Em seguida, Nelsinho teve uma passagem pela seleção da Arábia Saudita na Copa da Ásia de 1993. Porém, logo retornou a uma velha casa. No Brasileiro de 1993, ele comandou o Fluminense. Entretanto, a equipe que tinha nomes como Andrei, Lira e Ézio não teve uma boa campanha.  

Dois anos depois, voltou a São Januário com a missão de levar o Vasco ao tetracampeonato carioca. No entanto, a campanha foi oscilante. Mesmo tendo Valdir como esperança de gols e contando com jogadores como Carlos Germano, Ricardo Rocha, Leandro Ávila, Yan e recém-contratados Clóvis e Paulão, o treinador foi demitido no decorrer do Octogonal Final da competição. Seu jogo derradeiro no comando da equipe foi no empate em 0 a 0 entre o Cruz-Maltino e o America em São Januário.

DO RETORNO AO MADUREIRA AOS PROBLEMAS DE SAÚDE

No ano seguinte, Nelsinho Rosa voltou às suas origens ao se tornar técnico do Madureira em 2002, clube no qual teve diversas passagens. Posteriormente, mudou de cargo. Após ter sido coordenador das categorias de base do Vasco entre 2003 e 2009 na gestão de Eurico Miranda, voltou ao Madura no posto de coordenador técnico.

Mas sua trajetória no cargo foi interrompida de maneira abrupta. Devido a um mal súbito, ele teve um  acidente vascular cerebral (AVC) que o afastou da beira do campo em 2013. O susto havia prejudicado sua voz e causado limitações físicas.

A última vez na qual visto em público aconteceu no final de 2019, em um evento promovido pelo canal de YouTube "Atenção, Vascaínos". Ele esteve ao lado de jogadores que participaram da campanha do bicampeonato brasileiro do Cruz-Maltino.

Flamengo, Vasco e Madureira lamentaram a morte de Nelsinho Rosa.

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