Olhos da Copa: ícone do jornalismo, Márcio Canuto relembra derrota para a França em 98
Repórter marcante nos mundiais na Globo não estará na cobertura do Mundial do Qatar
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Um dos nomes mais importantes e reconhecidos do jornalismo esportivo brasileiro, Márcio Canuto foi o quarto e último entrevistado da série especial "Olhos da Copa", do LANCE!, que contou com o ex-repórter Tino Marcos, o ex-árbitro e comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho, e o xerife do tetra e comentarista de futebol Ricardo Rocha.
Assista a entrevista em vídeo no link acima!
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O repórter, que marcou gerações com entradas ao vivo no meio do povão durante as Copas na Globo, relembrou os trabalhos em mundiais e elogiou Galvão Bueno que, segundo ele, deixará saudades quando se aposentar.
- Tenho que agradecer a forma super carinhosa como ele me chamava. Um narrador indescritível, que sabe tudo de todos os esportes, uma figura muito carinhosa, amorosa, generosa, afetuosa ... o Galvão vai fazer muita falta na televisão. Temos grandes narradores chegando agora, mas o Galvão virou uma grife de Copa do Mundo e desses eventos - ressaltou.
Márcio Canuto iniciou sua trajetória em Copas do Mundo em 1986, no México. O repórter sempre se destacou pelas entradas ao vivo no meio do povo. Hoje, o alagoano está com 76 anos e deixou a Rede Globo em 2019, quando declarou que iria se aposentar.
A decisão durou pouco tempo: três anos depois, ele voltou ao jornalismo esportivo na Record, mas não estará na cobertura da Copa do Mundo do Qatar.
Veja outros trechos da entrevista com Márcio Canuto:
Começo da carreira no jornalismo
- Logo cedo como profissional eu fui cobrir a Copa do Mundo. Na época, eu era editor de esportes da rádio Gazeta e diretor de esportes do jornal Gazeta de Alagoas. Me chamaram e disseram assim: você vai fazer as Eliminatórias da Copa do Mundo. Eu não acreditei né, vinte e poucos anos. Não sei se por questão de economia, eu fui sozinho e nisso eu fui texto, repórter, fotógrafo, fui tudo. Passava o dia todo com a Seleção e isso me deu uma experiência profissional muito grande e fez com que eu aprendesse muita coisa.
Ida para Copa do Mundo de 1998
- Aí no meio disso tudo eu vim aqui pra São Paulo e o Amaury Soares, que era diretor de jornalismo e hoje é diretor de programação da Rede Globo, me chamou e disse que eu iria pra Copa do Mundo. Faltava poucos dias pra começar. Ele me pediu uma matéria especial por dia só sobre paulistas e coisas de São Paulo. Assim que eu cheguei em Marseille e fui para o ponto que ia entrar ao vivo, já veio uma multidão gritando Brasil e fazendo festa. Depois, eu e o cinegrafista conseguimos entrar no estádio para acompanhar a final da Copa do Mundo. Eu tinha a certeza de que ganharíamos aquele jogo. Mas aí o Brasil toma o primeiro, o segundo, o terceiro e é aquela coisa frustrante.
Paixão do brasileiro no futebol
- O brasileiro é fantástico, né. Ele assimila essa coisa da Copa do Mundo, essa paixão pelo futebol, pelos seus ídolos. Espero que isso volte e se mantenha nas próximas Copas do Mundo, para o Brasil voltar a entender que o futebol é uma representação popular, de vibração, entusiasmo, alegria e isso não tem em nenhum outro lugar do mundo.
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