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Oscar Schmidt: ‘Se a população ouve o presidente dizendo que não precisa de máscara, pra que usar?’

Ex-jogador de basquete admite voto em Bolsonaro, mas critica cenário político. Aos 62 anos, Oscar segue mantendo isolamento social no interior de São Paulo

Oscar Schmidt
imagem cameraAo 62 anos, Oscar Schmidt escutou dos médicos que está curado de um câncer (Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 15/05/2020
11:20
Atualizado em 15/05/2020
12:03

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Ex-jogador de basquete e ídolo nacional, Oscar Schmidt segue se tratando de um câncer e passa o isolamento social no interior de São Paulo com sua esposa Maria Cristina, e uma funcionária que mora com eles. Para o ex-atleta, que chegou a tentar carreira política em 1998, o cenário atual dos governantes não é dos melhores. 

- Eu votei no Bolsonaro, tinha um otimismo danado nele, muito mais que a maioria das pessoas. Mas, todos os dias o cara dá chance pro azar. Eu achei que seria diferente. Confiei e me arrependi. Ele tem mostrado ser outra pessoa, com um despreparo danado para ocupar um posto tão importante. É muito triste durante uma pandemia a gente ainda ter que se preocupar com política. Esse vírus não tem partido, ele pode matar qualquer um. E pra quem ainda chama isso de gripezinha, isso me deixa louco - disse ele, aos 62 anos, para o "UOL".

Na década de 1990, o então jogador de basquete "levou um toco" e ficou em segundo lugar na disputa para o Senado por São Paulo, ganhando 5.752.202 votos. Oscar tem seu ídolo na parte política e reconhece que falta mais atenção dos governantes brasileiros com o povo.

- Eu acho que falta humildade, porque tem gente morrendo e eles querem discutir posições ideológicas. Como o presidente vai a pé do Planalto até o Supremo, fala para mim? Como ele se enfia no meio de uma manifestação? Ninguém aprova isso. Você é exemplo, tem que ser exemplo, meu amigo. Usa a máscara, troca a roupa, deixa o sapato fora de casa. Meu ídolo é o Moro. Como você tira ele do Governo, me diz?

Em outro momento da entrevista, Oscar volta a criticar Bolsonaro e se diz incrédulo com o presidente da república que ele ajudou a eleger se "mostrar tão despreparado para o cargo que caiu no colo dele".

- Nas ruas, muita gente sem máscara. Claro, né? Se a população ouve o presidente dizendo que não precisa de máscaras, pra que usar?

Ao contrário do exemplo de muitos representantes em Brasília, Oscar está em sua casa em Alphaville e diz ter escutado dos médicos que está curado da doença que ele luta desde 2011, quando descobriu um tumor cerebral.

- É minha obrigação ficar em casa. Esse vírus é perigoso e mata. Estou trancado há três meses, deixando de ganhar dinheiro com eventos, palestras e publicidade por um bem maior que é minha saúde e o Brasil. Sou um soldado do meu país, e se preciso for, entro na guerra também.

Ele ainda revelou que precisa seguir trabalhando para não "morrer de fome". Oscar já fez algumas cirurgias nessa vida - algumas pela carreira como esportista e outras devido a doença - e assume que perdeu o medo da morte. Mesmo assim, reforçou que mantém os protocolos de segurança para evitar a contaminação da COVID-19.

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