Palomino fala sobre saída da ESPN, demissão de Alê Oliveira e briga com Trajano
Depois de 25 anos na emissora, ex-diretor geral da emissora falou pela primeira sobre os temas que marcaram seu regime na ESPN Brasil
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A reestruturação da ESPN passou por muitos patamares em agosto. De editores, comentarista e executivos até o chefão da emissora: João Palomino. Poucos tocaram no assunto desde então, mas o veterano jornalista resolveu falar uma variedade de assuntos.
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Primeiro, João Palomino falou sobre a experiência de ser demitido da emissora após 25 anos no quadro de funcionários. Segundo o veterano, ele retornou à redação da ESPN no dia seguinte para se despedir dos companheiros - e foi aplaudido.
- Fui longamente aplaudido pelas pessoas e pude falar com elas. Depois, formaram uma fila e um por um veio se despedir de mim, e eu percebi o quanto pude dar oportunidade para que se desenvolvessem. Eu consolei muito mais do que eu fui consolado. Eu queria agradecer. E as pessoas agradecendo a mim pelas oportunidades que elas tiveram profissionalmente foi muito gratificante - afirmou em entrevista ao UOL.
Um dos momentos mais marcantes da carreira de Palomino foi a famosa briga com José Trajano, seu mentor na emissora e quem acabou substituindo na direção do canal em 2012. A mudança não foi bem aceita pelo notório comentarista, que nunca mais falou com Palomino.
Segundo o ex-diretor, ele contou com o "OK" de Trajano para assumir o cargo, a quem afirma ter sido leal durante 17 anos. No entanto, lamentou as críticas de comentarista, que ironizou o desligamento de Palomino da emissora pelas redes sociais.
- Eu só assumiria se o Trajano concordasse. Eu fui leal a ele durante 17 anos e queria ter a sua concordância para assumir a posição. Ele concordou. É a posição dele. Lamento que ele tenha se posicionado num momento tão triste para algumas pessoas, mas eu estava tão bem emocionalmente, tão bem resolvido com tudo o que aconteceu que, sinceramente, não me abateu em nada. Não causou mal-estar, não causou estranheza. É a opinião dele. Se existe algum rancor da parte dele, ele tem que resolver com ele mesmo. A mim não vai afetar - disparou.
Outra demissão que marcou sua trajetória como foi a de Alê Oliveira, quando o mesmo vivia o seu auge de audiência. O comentarista, desligado em 2016, afirmou que isto aconteceu pois acabou tendo um desentendimento com uma maquiadora que prestava serviços ao canal. Mas, segundo Palomino, não foi exatamente isto que aconteceu.
Com seus famosos "decretos" na hora do almoço, Alê polemizou ao afirmar: "se viu o penta, já aguenta". A frase, obviamente, pegou muito mal com a crítica por uma possível apologia à pedofilia. O canal e o jornalista se desculparam publicamente, e aquele episódio foi a gota d'água.
- Eu o tirei do programa porque foi um exagero desnecessário. Houve uma sequência de fatores que levaram à essa decisão, que foi uma decisão mútua. Ele tem o estilo dele, tem que ser respeitado e vai assistir quem quiser, quem se sentir confortável. Naquele momento, não era algo que nós queríamos seguir e reformulamos completamente o programa - revelou.
O regime de Palomino valorizou os esportes americanos no Brasil, especialmente o basquete e o futebol americano, que nunca foram tão populares e investidos como em sua gestão. A estratégia de apostar na NBA e na NFL gerou um imenso retorno instantâneo.
- Nós triplicamos a audiência média do canal num curto período. Nós conseguimos que a NBA tivesse crescimento de dois dígitos, continuamente. Nós conseguimos fazer com que a NFL se transformasse num evento social. O número de patrocinadores (da NFL) multiplicou por seis, do começo de trabalho brilhante do Rafael Davini, que era o vice-presidente comercial, na junção com o conteúdo. Nós sextuplicamos o número de patrocinadores para a NFL - finalizou.
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