Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios no esporte, teve acesso a duas apresentações que exibem números impressionantes que a Botafogo S/A almeja alcançar. Além de títulos importantes, o alvinegro deseja lucrar R$ 520 milhões em 2025, por exemplo. Em seu blog no "GE", Capelo analisou a documentação e traçou suas expectativas. Segundo o jornalista, "comprar o América-MG talvez seja melhor negócio que o Botafogo".
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O plano, apesar de ambicioso, gerou dúvidas em Capelo, uma vez que, de acordo com ele, o Botafogo apresentou um balanço orçamental com dívida total de R$ 933 milhões, sendo R$ 291 milhões a curto prazo.
- Para quem vale a pena, se está no papel de investidor, comprar o América-MG talvez seja melhor negócio que o Botafogo. Tem ativos, menos dívidas, está na Primeira Divisão, pode ganhar mais dinheiro. Se o retorno for meramente financeiro, talvez o Botafogo não valha a pena, valha mais um clube de pequeno / médio porte – disse Rodrigo Capelo, no programa “Redação SporTV”.
O especialista ainda ponderou ainda não vê com concretude a oportunidade do alvinegro captar investidores imponentes como o Grupo City, organização citada na projeção.
- De onde pode vir o dinheiro? Agora é diferente. O que se conta muito do projeto do Gustavo (Magalhães) é captar também com investidores de menos grana a partir de R$ 50 mil. Esse foi o valor que ouvi nos bastidores. Já que não deu certo com grandes investidores, a ideia seria pulverizar. Não sei se vai suficiente. A outra ideia é conseguir investidores estrangeiros - afirmou Capelo.
- Essas pessoas da Botafogo S/A têm esperança que o Manchester City se interesse pelo clube e possa comprar grande parte. Quando falam em grupos estrangeiros, a ideia é achar o Manchester City. Mas isso é preliminar, não dá para dizer que tem negociação ou começou, mas é uma ideia. Faria sentido para o City? Não sei. O que se ouve muito é que com o real desvalorizado vai ser bom para estrangeiros comprarem, mas ainda não vi isso acontecer – completou.
Ainda no assunto, o escritor e historiador Luiz Antônio Simas também foi cético sobre o projeto apresentado.
- É outra esfera de valores. Estamos em linha completamente diferente que o torcedor imagina. A circunstância do Botafogo é muito difícil. Vejo muitos botafoguenses se sentindo em um labirinto, meio perdidos, com realidade duríssima. Muitas botafoguenses imaginam que o Botafogo é da torcida, infelizmente não é. Mas estamos em outra escala, o negócio é diferente - disse Simas.
- Que o Botafogo precisa desse dinheiro é evidente, está ferrado. Usando as terminologias de ativos e o que o Botafogo representa, vai fazer o quê? Esperar cair do céu um mecenas? Acho complicado. Precisamos disso (Botafogo S/A), mas e aí? Jogando a Série B, vai ser difícil subir, está equilibrada e o time já apresentou grandes dificuldades no Carioca. Precisamos, mas como? – questionou.
O Botafogo volta à campo no próximo domingo, às 11h05, diante do Vasco, pela decisão da Taça Rio, torneio que pode render R$ 1 milhão para os cofres do alvinegro.