Presidente da CBF, dirigentes, atletas denunciados… Veja os convocados para depor na CPI da Manipulação de Resultados
Lista solicitada nas oitivas é extensa. LANCE! traz detalhadamente os nomes citados
A CPI da Manipulação de Resultados foi instalada na semana passada. Prestes a ter novo encontro para apurar as diretrizes da investigação, os integrantes da comissão vêm gradativamente anunciando os requerimentos para as pessoas a serem ouvidas. Além dos acusados de fazer parte do esquema de apostas, estão entre os requisitados presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, dirigentes de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Goiás, o árbitro Anderson Daronco e o jogador Gabriel Menino, do Palmeiras estão entre os requisitados até o momento.
Também foram chamados os suspeitos representantes ligados às casas de apostas. Ao L!, os representantes do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável e da Associação Nacional de Jogos e Loterias manifestaram-se favoráveis à regulamentação para o setor e repudiaram a manipulação de resultados (clique aqui e veja os detalhes).
O LANCE! traz abaixo os nomes que serão convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Felipe Carreras é relator e autor do requerimento para a abertura da comissão que terá como presidente o deputado Júlio Arcoverde (PP-PI). André Figueiredo (PDT-CE), Daniel Agrobom (PL-GO) e Ricardo Silva (PSD-SP) foram designados vice-presidentes. Os integrantes da comissão também solicitaram documentos do MP-GO referentes à Operação Penalidade Máxima.
Suspeitos de fazerem parte do esquema de manipulação de resultados:
Eduardo Bauermann (Santos)
Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
Paulo Miranda (Náutico)
Igor Cariús (Sport)
Matheus Gomes (sem clube)
Fernando Neto (São Bernardo)
Kevin Lomónaco (Bragantino)
Victor Ramos (Chapecoense)
Demais chamados:
- Fernando Cesconetto - promotor do Ministério Público de Goiás
- Hugo Jorge Bravo - presidente do Vila Nova (na condição de testemunha)
- Leonardo Davi Penna de Moraes Cordeiro (Sócios Bet365
- André Rizek - jornalista (na condição de testemunha)
- Rodrigo Alves, presidente da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (ABAESP)
- André Gelfi, diretor-presidente do Instituto Brasileiro do Jogo Responsável
- Cyro Terra Peres - procurador-geral do MP-GO
- Flávio Dino - ministro da Justiça e Segurança Pública
- Ednaldo Rodrigues - presidente da CBF
- Salmo Valentim - presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF)
- Wilson Seneme - presidente da Comissão de Arbitragem da CBF
- Henrique de Oliveira Moreira, Edson Antônio Lenzi Filho e Thiago Heitor Presser ( Socio PayBrokers IP)
- Ernildo Junior Farias - sócio-proprietário da Pixbet
- Marcelo Paz - presidente do Fortaleza
- Alessandro Pires Barcellos - presidente do Internacional
- Glenn Stenger - presidente do Coritiba
- Fábio Pizzamiglio - presidente do Juventude
Ex-integrantes do Iranduba suspensos por fortes indícios de manipulação de resultados no Campeonato Amazonense:
- Gecivagner Araújo Sena
- Juan Inacio Felippe
- Leonardo Oliveira Rito
- Guilherme Cavalcante Felix
- Amilton Belarmino
- Fabio Henrique
- Maycon Soares Nascimento
- Leandro Soares
- Taison Luis Neto
- Gabriel Santos Silva
- Thiago Morais Bento
- Etevaldo de Jesus
- Alan da Silva Moraes
- Matheus da Silva
- Francisco Antonio
- Francinildo Pinheiro
- Celso da Conceição
- Kayck Augusto
- Athos Darling Augusto
- Cristiano da Silva
- João Victor dos Santos
- Ednailzon Rosenha - presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF)
- Kleber Joquebidis dos Santos - ex-treinador do Iranduba
Outros chamados:
- Durcesio Mello - presidente do Botafogo
- Alessandro Dresch - presidente do Cuiabá
- Marquinho Chedid - presidente do Red Bull Bragantino
- Júlio Heerdt - Presidente do Avaí
- João Paulo Silva - presidente do Ceará
- Alencar da Silveira Júnior - presidente do América-MG
- Rodolfo Landim - presidente do Flamengo
- Mário Bittencourt - presidente do Fluminense
- Wesley Cardia, CEO da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL)
- Paulo Rogério Pinheiro - presidente do Goiás
- Julio Casares - presidente do São Paulo
- Andrés Rueda - presidente do Santos
- Sun Chunyang e Xizhangpeng Hao (Sócios Sports-Bet )
- Fernando Neto, jogador do são Bernardo citado na Operação Penalidade Máxima
- Matheus Gomes (sem clube)
- Anderson Daronco - árbitro
- Andreas Krannich, diretor-Eeecutivo da Sportradar Integrity Services
- Gabriel Menino - jogador do Palmeiras - teve seu pedido retirado pelo deputado Luciano Vieira (PL-RJ)
- Controladoria-Geral da União (CGU) e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) no assessoramento dos Parlamentares desta CPI
- Tom Mace, vice-presidente sênior da empresa de análise e dados – Sportradar
- Leone Barros Costa Junior, ex-jogador do Barbalha
- Thiago Chambó e Bruno Lopes, além de outros acusados de aliciar jogadores e financiar esquema de aposta
- Roberto Carvalho Brasil Fernandes, da OAB
- Ricardo Santos Perassoli
- Richard Coelho - ex-jogador do Cruzeiro e hoje no Ceará
- Nino Paraíba
- Camila Silva da Motta, esposa e parceira de Bruno Lopes no esquema de manipulação de apostas
- Alex Rice, da empresa Stats Perform
- Maurício Portela, da empresa Live Mode
- Luiz Taveira, empresário de jogador
- Wadih Damous - Secretário Nacional do Consumidor
- Robson Barreirinhas - Secretário da Receita Federal
- Assessor Especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur
- Roberto Campos Neto - presidente do Banco Central
- Ana Moser - ministra do Esporte
- Mauro Carmélio Júnior - presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF)
- Francisco Novelletto Neto - ex-presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF)
- Rubens Lopes - presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ)
- Evandro Carvalho - presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF)
- Jorge Dias - presidente da Majorsports
- Adriano Guilherme de Aro Ferreira - presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF)
- Reinaldo Carneiro Bastos - presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF)
- Leila Pinheiro - presidente do Palmeiras
- Ronei Freitas - presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF)
- Thiago Lima - CEO da ZenetPay
- Duilio Monteiro Alves - presidente do Corinthians
- Jorge Salgado - presidente do Vasco
- Darwin Filho - CEO do Esportes da Sorte
- João Studart - CEO da NSX Group Betnacional
- Juan Matías Mendez, representante da empresa Sportradar na América Latina
- Sergio Santos Rodrigues - presidente do Cruzeiro
- Guilherme Bellitani - presidente do Bahia
- Adson Batista - presidente do Atlético-GO
* Atualizada em 23/05/2023, às 20h18
ENTENDA O CASO
A investigação sobre suspeita de manipulação de resultados teve início em novembro do ano passado. O mandatário do Vila Nova, Jorge Hugo Bravo, descobriu que jogadores do clube vinham sendo aliciados por um grupo de apostadores antes da partida contra o Sport pela Série B. O dirigente juntou provas da tentativa de manipulação e procurou os promotores que combatem o crime organizado no estado.
Oficial da Polícia Militar, Jorge Hugo Bravo descobriu que o atleta Marcos Vinícius Alves Barreira, apelidado de Romário, tinha sido aliciado. Como o jogador não foi escalado, tentou induzir algum companheiro de time a levar um cartão vermelho ou cometer um pênalti no seu lugar. O valor combinado, segundo depoimento de Romário, era de R$ 150 mil, com uma "entrada" de R$ 10 mil, conforme vídeo de seu depoimento divulgado no programa dominical "Fantástico", da Rede Globo. Entre os vídeos, há ameaças de um integrante do esquema ao zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos.
A investigação apontou que houve manipulações em jogos das Séries A e B do Brasileirão de 2022 e em partidas de Estaduais. O grupo pagava para que jogadores fizessem determinadas ações, como receber cartões amarelo e vermelho ou cometer pênaltis. Em paralelo, os integrantes apostavam em sites do ramo que esses lances ocorreriam durante os jogos e conseguiam lucros.
Há estimativas de que o grupo “investiu” R$ 8430,00 e somou ganhos de R$ 730.616,00. O MP-GO continuará a apurar o caso e não descarta que ocorreram manipulações de resultados em outros jogos de futebol. A Operação Penalidade Máxima está em sua segunda fase.