Relatório médico diz que Maradona sofreu um ‘prolongado período de agonia’ e investigações continuam
Documentação emitida com 70 páginas apresentou as especificidades da morte do ex-jogador. Os acusados na investigação podem pegar 15 anos de pena
O relatório de junta médica que investiga a morte de Maradona apontou que o argentino foi "abandonado à própria sorte" pela equipe de saúde e ponderou que antes de sua morte, no dia 25 de novembro, o ex-jogador sofreu um "prolongado período de agonia". Sete pessoas são investigadas e podem ser condenadas a 15 anos de reclusão. O portal "Infobae" teve acesso ao conteúdo.
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O relatório médico realizado a pedido da justiça argentina foi elaborado por uma equipe interdisciplinar constituída de 20 peritos convocados pela Procuradoria-Geral de San Isidro, em Buenos Aires. No documento, constatou-se que Maradona "começou a morrer pelo menos 12 horas antes" de sua morte ser oficialmente registrada. Além disso, o grupo classificou o tratamento recebido como "inadequado, deficiente e imprudente".
Diego Armando Maradona morreu sozinho, aos 60 anos, em uma casa na Zona Norte de Buenos Aires. No local, o ídolo argentino se recuperava de uma cirurgia na cabeça e estava em internação domiciliar.
Na investigação, são acusados de abandono ou homicídio culposo o neurocirurgião e clínico geral Leopoldo Luque, o psicólogo Carlos Díaz, a psiquiatra Agustina Cosachov, além de um enfermeiro, uma enfermeira, uma médica coordenadora e um coordenador de enfermeiros. A pena pode chegar até 15 anos.
- Levando em conta o quadro clínico, clínico-psiquiátrico e o mau estado geral, deveria ter continuado a sua reabilitação e tratamento interdisciplinar em uma instituição adequada - disse a nota.
- A equipe médica assistencial representou plena e cabalmente a possibilidade do desfecho fatal em relação ao paciente, sendo absolutamente indiferente a essa questão, não modificando suas condutas e plano médico/assistencial traçado, mantendo as omissões prejudiciais acima mencionadas, abandonando à própria sorte o estado de saúde do paciente - acusaram os peritos.
A equipe ainda afirmou que Maradona "não estava em pleno uso de suas faculdades mentais, nem em condições de tomar decisões sobre sua saúde" quando deixou o centro de saúde após a cirurgia na cabeça por conta de um hematoma. Segundo o documento, "foram ignorados os sinais de risco de vida que apresentava".
Por sua dependência de álcool e psicotrópicos, além do uso de drogas, o ex-jogador convivia com problemas de saúde e cardiovasculares.