Repórter da Globo ‘dribla’ obstáculos sociais e vai à Copa do Mundo Feminina

Falta menos de uma semana para o início da Copa do Mundo Feminina 2023. A estreia da Seleção Brasileira será contra o Panamá no dia 24 de julho (segunda-feira), às 8h (de Brasília), no Hindmarsh Stadium, localizado em Adelaide, na Austrália. As brasileiras, comandadas pela sueca Pia Sundhage, vão em buscar de sua primeira conquista do Mundial.

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A Copa Feminina será um momento especial para a repórter Denise Thomaz Bastos. A jornalista da Globo conseguiu superar inúmeras dificuldades durante a vida e agora embarca para a realização de mais um sonho. Essa será a segunda Copa de Mundo de Denise, mas a primeira como repórter. Em 2019, ela foi para o Canadá, porém como produtora.

Em entrevista ao Lance!, Denise comentou os principais obstáculos encontrados durante o caminho até se formar como jornalista, explicando sua história de superação diante sua condição social. A repórter nasceu e ainda mora no bairro de Parelheiros, região periférica localizada na zona sul da cidade de São Paulo.

- Eu tive alguns obstáculos durante o processo de fazer faculdade e tudo isso. Tinha dia que eu não tinha dinheiro para pagar condução, trabalhei em buffet para ajudar a pagar a faculdade. No final do curso, o meu falecido diretor pagou três meses na época porque eu não tinha como pagar. Essa parte social, eu que sou periférica, de não conseguir ter a grana para correr atrás do que você quer, foi um dos grandes empecilhos - disse Denise.

- Eu fui superando. No início foi mais grana mesmo, eu tive me desdobrar real, muita marmita, muito busão e carona para ajudar a pagar a faculdade. Então toda vez que eu estou insegura com alguma situação, eu olho para trás, para toda essa bagagem, todo o caminho que eu percorri e penso “eu cheguei até aqui, eu estou aqui e tenho capacidade para estar aqui”. E assim eu vou seguindo.

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COPA DO MUNDO E SELEÇÃO BRASILEIRA

Denise Bastos falou suas expetativas para a Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina, enaltecendo o trabalho de Pia Sundhage e se mostrando confiante de que o Brasil vai fazer uma grande campanha no torneio, tendo potencial para chegar até, pelo menos, a semifinal. Ainda, a jornalista da Globo pediu 'paciência', visto que a Seleção está passando por um processo gradativo de 'alinhamento', mas garantiu que o torcedor irá assistir a um bom futebol.

- Eu acho que a Seleção tem tudo para ir longe nessa Copa. Estou muito confiante que chegue pelo menos na semifinal. Ver as outras seleções também é um ponto importante, a França, a Inglaterra, a própria Espanha na verdade tiveram algumas complicações. A Seleção está bem preparada, eu pude entrevistar a Pia Sundhage, conversei um pouco com ela, e ela fez uma mescla na Seleção, trazendo jogadores novas e mais experientes. Então eu acho que essa mistura que ela fez mudou a cara da Seleção Brasileira.

- O torcedor vai assistir a uma boa partida de futebol. As jogadoras são todas muito talentosas, elas estão muito focadas e dedicadas, elas querem muito isso. Só que o torcedor precisa entender que o trabalho da Pia que começou em 2019 é um trabalho gradativo. A evolução da Seleção Brasileira também vai ser gradativa. Elas estão se alinhando ainda, é um grupo que joga diferente porque cada uma joga em um lugar, a Pia muda bastante a posição dessas jogadoras, eu até a questionei sobre isso. Só que elas compraram a decisão da Pia, então elas vão jogar pra vencer mesmo, mas tem que ter paciência - concluiu a repórter.

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O Brasil está no Grupo F, junto a França, Jamaica e Panamá. Esta edição marca a despedida da maior jogadora da história do futebol feminino, Marta, seis vezes eleita melhor do mundo. Desta vez, a competição será realizada na Austrália e Nova Zelândia, entre os dias 20 de julho e 20 de agosto.