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Roger Machado diz que racistas se sentem autorizados a se manifestar por causa de Bolsonaro

Treinador do Grêmio destacou que as posturas e pontos de vista do líder da nação (Bolsonaro) são convergentes aos dos racistas

Roger Machado - Grêmio
Roger Machado também explicou o falso mito de que existe uma democracia racial no Brasil (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

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Roger Machado afirmou que os racistas que estavam escondidos no Brasil se sentem autorizados a se manifestar por causa do presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta quinta-feira, em entrevista à AFP, o treinador do Grêmio destacou que as posturas e pontos de vista do líder da nação são convergentes aos dos racistas.

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- Os indivíduos (racistas) que estavam escondidos (porque a sociedade os reprimia) se sentem autorizados a se manifestar segundo as posturas e pontos de vista do líder da nação, (porque estes) são convergentes. Temos que resistir, porque sua intenção é que retrocedamos, e isso não podemos permitir - disse o técnico Roger Machado.

Roger também respondeu sobre o fato de existirem poucos treinadores negros no Brasil. Dessa forma, o técnico fez uma relação do futebol com a sociedade brasileira e ressaltou que, "quando decidem ascender na pirâmide social, os filtros começam a aparecer".

- O futebol revela o que somos como sociedade. A representatividade da população negra em outras áreas é muito parecida com a do futebol. Quando negros e brancos decidem ascender na pirâmide social, os filtros começam a aparecer. São os filtros da ideologia que criou o racismo e que atribui ao negro uma condição de menor inteligência, menor capacidade de liderança e gestão, justamente as competências de um treinador de futebol - explicou Roger.

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Roger ainda revelou atos racistas que enfrentou até se tornar um treinador de futebol. Assim, ele lembrou os questionamentos que recebia de gerar grupos logo no início da carreira e ainda citou e explicou o falacioso mito da "democracia racial".

- O racismo velado, à brasileira, esse que construiu um falso mito de uma "democracia racial" na qual, em teoria, não havia racismo nem preconceitos no Brasil. A discriminação sistemática, estrutural, é outra, muito mais complexa - disse o técnico do Grêmio.

- Nos meus primeiros trabalhos como treinador, muitas vezes, quando era demitido, questionavam a minha capacidade de gerir grupos, sendo que essa era uma das grandes capacidades que eu sempre tive como jogador, como liderança, como capitão - completou.

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