Sem narrar há 14 meses, Galvão Bueno precisou se reinventar na Globo para se manter na TV
Principal voz da narração esportiva do canal retorna aos estúdios após isolamento por Covid-19. Agora vacinado, Galvão teve que se adaptar ao universo de comentarista
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O mundo parou por conta do coronavírus. Quando a CBF decretou, em março de 2020, que o futebol brasileiro seria paralisado, Galvão Bueno certamente não esperava ter que se isolar de amigos, da profissão, e se recriar na comunicação aos 70 anos. Longe dos estúdios da Globo há 14 meses, ele volta a narrar uma partida neste domingo.
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A Globo definiu, desde 2020, que profissionais com idades avançadas ou em grupo de risco seriam isolados. Desde então, ele estava em Londrina, no Paraná, onde mora. Isolado dos colegas, das redações esportivas e das transmissões, Galvão precisou montar um estúdio dentro de casa para participar dos programas.
Uma de suas primeiras aparições foi ainda quando a Globo reprisava grandes jogos, e Galvão comentava as partidas nos intervalos. Os meses passaram, Galvão começou a aparecer como comentarista esportivo em programas como "Seleção SporTV" e em sua própria atração "Bem, Amigos!". Após mais de quatro décadas sendo a voz dos jogos, ele passa a ser mais "palpiteiro" do que já fazia ao vivo nas partidas.
- Tentei continuar trabalhando. Na Globo, nos jogos históricos da Seleção Brasileira, no "Bem, Amigos!", no "Seleção SporTV", nos meus negócios pessoais e me exercitando, porque estar bem fisicamente ajuda a mente a estar bem. Eu me dediquei muito em campanhas em prol dos mais necessitados. Eu talvez tenha sido uma das primeiras vozes a falar em TV aberta: "A pandemia veio pela elite, por gente que trouxe o vírus do exterior. E quando atingir as favelas?". O resultado está aí, mais de 340 mil mortes - lamentou o narrador.
A Globo chegou a testar conexão da internet de Galvão, assim como buscou outras possibilidades, desde o começo da pandemia, para ter o narrador gravando de casa a locução das partidas. No entanto, o "chefão" teve que se manter longe. Cléber Machado assumiu a F1 e nenhum jogo da Seleção aconteceu. A solução foi aguardar a vacina - que o comunicador já completou as duas doses do imunizante.
Entre o último evento narrado por Galvão, a Supercopa do Brasil de 2020 - onde o Flamengo venceu o Athletico -, e o duelo de domingo, passaram-se 420 dias. O domingo será especial para o futebol brasileiro. Além da decisão da Supercopa do Brasil entre Flamengo e Palmeiras, o confronto entre as equipes marca o retorno de Galvão Bueno às transmissões da Globo.
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