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Temendo aglomerações, bares perto do Maracanã se preparam para final da Libertadores sem clima de festa

LANCE! conversou com responsáveis por estabelecimentos próximos aos estádio, que estão com receio de  multas e desapontados por duelo paulista:  'Imagina se fosse o Flamengo'

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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 28/01/2021
17:12
Atualizado em 29/01/2021
07:00

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O principal palco do futebol mundial, o Maracanã, receberá a final da Copa Libertadores da América 2020 neste sábado. O grito de campeão de Palmeiras ou Santos, no entanto, ficará marcado por um silêncio: com a proibição para a entrada de torcedores pagantes por conta da pandemia de Covid-19, a "festa" terá distanciamento social e banho de álcool (em gel).

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Maracanã
Sem público: final da Libertadores entre brasileiros no Maraca já está na história (Foto: Divulgação Flamengo)

Fora do estádio, os bares próximos aos Maraca estão se preparando para a decisão, mas o clima não é de celebração. O LANCE! conversou com responsáveis por alguns bares próximos.

- A final da Libertadores esse ano não muda muita coisa para a gente. Temos mesas reduzidas, não poderemos fazer reservas... Várias torcidas de Palmeiras e Santos ligaram, mas não poderemos fazer reserva, não podemos liberar a quantidade de mesas além do permitido - contou Lucas Dutra, auxiliar administrativo do bar e restaurante Buxixo Maracanã. Para ele, não será um sábado especial nas vendas.

- Não vai mudar tanto, porque existe um protocolo de segurança. Estamos com medo de muvuca por causa da fiscalização. Estamos segurando a onda, porque não será fácil.  Vamos passar o jogo normalmente, mas não fizemos reserva para a torcida. Não podemos correr esse risco.   

Além do medo da contaminação de Covid-19, os responsáveis por alguns bares próximos ao estádios também temem possíveis multas e fiscalizações durante a final. E acreditam que a classificação de duas equipes de São Paulo para um duelo no Rio de Janeiro seja um fator extra na baixa expectativa dos empresários para sábado.

Maracanã - torcida do Flamengo
Com estádio cheio, bares do Maracanã aproveitavam movimento dos jogos para vender mais (Matheus Dantas)

- Quando soube que a final seria no Maracanã, foi maravilhoso. Seria perfeito! Imagina o Flamengo chegando na final de novo, o que era esperado. Ano passado, nossas vendas triplicaram na final. Seria bom demais, casa lotada, mas não aconteceu. Imagina se fosse o Flamengo. Não só os bares aqui perto, mas todos os bares ao redor do Maracanã acreditaram que a final aqui seria a melhor coisa do mundo.

Mesmo com o lamento que não foi o Rubro-Negro carioca o finalista da principal competição da América, Lucas reconheceu que houve procura por espaços onde os paulistas conseguissem curtir a partida com segurança.

Em outro bar perto do Maracanã, Cidália Rosário, sócio-gerente do Bar Varnhagen, o clima de empolgação também não motiva. Para ela, os torcedores brasileiros e estrangeiros já deixaram de fazer mais barulho e diferença na contabilidade do estabelecimento em dias de jogos.

Cidália lembrou que, em outros tempos, gringos e torcedores nacionais se misturavam e faziam uma verdadeira "torre de babel" futebolística. Sobre a final deste sábado, a empresária prefere ao menos garantir algumas bebidas além do usual.

- Estou na expectativa que o movimento melhore, né? Eu vou comprar umas cervejas para a viagem, mas só vai ter paulista e alguns convidados dentro. Não tenho certeza de nada, mas, se vier movimento, tenho que estar abastecida. Agora, se tivesse com público, seria um enxame de turista.

Os cariocas e paulistas deverão curtir a decisão de formas parecidas: em casa. Independente da forma que os torcedores escolherem, os profissionais garantem que receberão com segurança quem desejar aproveitar a final dentro das medidas contra o coronavírus nas ruas do Rio.

Cidélia e Lucas relataram que ambos tiveram uma queda drástica na receita do bar com a pandemia de Covid-19 e ressaltaram que não há relação direta com o esporte sem público.

- Nossa receita está quatro ou cinco vezes menor com a pandemia em comparação com o ano de 2019. Caiu muito! Não é culpa do futebol, mas a pandemia fez isso. A gente tem boate, restaurante, além do futebol. Nosso movimento é bom mesmo sem o futebol - confirma o responsável pelo Buxixo.

Montagem - Palmeiras e Santos
Torcidas de Palmeiras e Santos prometem comemoração mesmo longe do estádio (Foto: Embaixada do Palmeiras/Foto de Arquivo e Consulado do Santos/Foto de arquivo)

Sem a certeza de alta no movimento com o jogo, eles reconhecem que o protocolo sanitário contra a Covid-19 é um mal necessário. Ao recordarem a vitória do Flamengo em 2019, mesmo com jogo disputado fora do Brasil, os responsáveis por dois grandes redutos de torcidas no Rio falam com alegria da megaestrutura que foi feita.

- Se fosse um time do Rio, teria que ter um preparo diferente, assim como foi na Libertadores e no Mundial. Acredito que dobraria a quantidade de cerveja. Na final do Mundial, o pessoal fez toda uma estrutura mesmo sendo fora do país - diz ela.

Palmeiras e Santos disputam a partida às 17h (pelo horário de Brasília). A Conmebol divulgou que não haverá público pagante no estádio, notícia que não impediu que torcedores de Peixe e Porco planejarem uma verdadeira invasão ao Rio - dentro das medidas de segurança sanitária.

*sob supervisão de Ricardo Guimarães 

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