‘Tentativa de intimidação’. Agente da Anvisa que paralisou partida entre Brasil e Argentina fala sobre o caso
Em entrevista ao 'Fantástico', Yunes Baptista explicou que não foi para o estádio procurando negociações e confirmou com delegado necessidade de interromper o jogo
Em entrevista ao "Fantástico" deste domingo, o agente da Anvisa Yunes Baptista falou sobre sua experiência na paralisação da partida entre a Seleção Brasileira e a Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, no último dia 5 de setembro. Baptista explicou que foi ao estádio de Itaquera para entregar a autuação aos quatro atletas argentinos e não iria negociar com os organizadores.
- Eu não estava ali para conversar, qualquer questão de negociação, de acerto, eu deixei muito claro, não era com a minha pessoa. Eu estava ali para cumprir uma missão. 13h30 nós somos comunicados da situação e é solicitado nosso apoio nesse procedimento. É determinado que nós, naquele momento, levemos as notificações que foram nos repassadas para que eles assinem - contou o agente.
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- Recebi com surpresa a informação de que os jogadores conseguiram sair do hotel. Porque a gente esperava, pelo menos, algum procedimento de compreensão dos organizadores, da seleção argentina. O delegado ligou e falou: “olha, ele já saíram do hotel então nós vamos ter que seguir agora para o estádio”. Não houve nenhuma explicação - continuou Baptista.
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O agente também explicou como foi sua chegada acompanhado dos oficiais da Polícia Federal no estádio. Ele contou que foi mantido em uma sala até o início da partida, mesmo tendo chegado antes do jogo.
- A gente começou a sentir que havia sim um certo nível de resistência ao procedimento, um constrangimento. Você está em uma missão oficial, uniformizado, e você é colocado em uma área exposta, isso é uma tentativa de intimidação. Ali eu vejo que a segurança fica na porta, primeira coisa, e aí começam a vir uma série de pessoas tentar conversar, vai e vem - contou Baptista.
- Eu olho pro delegado e pergunto: “Podemos realmente paralisar para que seja cumprida a missão?” Ele diz que sim, e então nós entramos no campo. O presidente da CBF (Ednaldo Rodrigues) pergunta o que poderia ser feito, quem poderia conversar e, se a Casa Civil se manifestasse, se eu conversaria, eu olhei e falei: “olha, eu não converso com a Casa Civil” - acrescentou Yunes Baptista.
O agente da Anvisa também disse que, se tivessem tomados medidas mais drásticas antes do jogo, a paralisação da partida poderia ter sido evitada. O diretor da Agência também reforçou dizendo que eles queriam apenas isolar e autuar os quatro jogadores argentinos.