Torcida ‘elitizada’, caso de homofobia, presença de Bolsonaro… O que mudou na Copa América de 2019 para 2021
Caiu no colo do Brasil, depois de movimentações políticas, a realização da Copa América por aqui. Os países-sede originais mudaram, o ano mudou. O que mais mudou? Muita coisa
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Com um ambiente totalmente diferente do visto na Copa América realizada no Brasil, em 2019, começa neste domingo o torneio de 2021, que talvez seja o mais improvável da história, já que ele estava programado para ocorrer em 2020, com sedes na Colômbia e na Argentina, que desistiram pelo meio do caminho, por problemas políticos e pandêmicos, respectivamente.
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Caiu no colo do Brasil, depois de movimentações políticas do presidente afastado da CBF Rogério Caboclo, a realização da Copa América em terras tupiniquins, com anuência do presidente Jair Bolsonaro. O países-sede originais mudaram, o ano mudou. O que mais mudou? Muita coisa. O LANCE conta.
SEM TORCIDA, QUASE SEM SELEÇÃO
A competição que correu o risco de nem acontecer, quase ficou também sem Seleção Brasileira. A carta de manifesto lançada pelos jogadores após a vitória sobre o Paraguai nas Eliminatórias para a Copa do Mundo acabou se mostrando um blefe, como o dos jogos de baralho.
Apesar da manutenção do atual campeão na competição - que, inclusive, nunca perdeu uma Copa América disputada em casa - o que não deve se repetir é a presença de público, impossibilitada pela Covid-19. Claro, como em outras movimentações vistas em torneios da Conmebol, como a final da Libertadores entre Palmeiras x Santos, é muito provável que a entidade queira colocar público no Maracanã, na final da Copa América, no dia 10 de julho.
GRITOS HOMOFÓBICOS
O que com certeza não vai se repetir são os gritos homofóbicos proferidos por parte da torcida brasileira no estádio. Não por causa de algum tipo de consciência social, mas pela falta de público mesmo, como citado acima. Em 2019, na estreia contra a Bolívia, toda a vez que o goleiro Carlos Lampe ia cobrar o tiro de meta era possível ouvir um sonoro grito de 'bicha'.
O grito nada tem a ver com a preferência sexual do arqueiro que, diga-se de passagem, não é da conta de ninguém e nem motivo de vergonha. Tratava-se apenas de algum tipo de tentativa de intimidação ultrapassada, que irritou também Galvão Bueno. Na ocasião, o narrador da Globo desabafou: 'Torcedor tinha que tomar consciência de ética, respeito e o regulamento estabelecido'.
ELITIZADA, FURIOSA e APÁTICA
A torcida brasileira presente no estádio naquela ocasião pagou, em média, R$485 pelo ingresso, tendo entradas custando até R$590. Com isso, a renda obtida com a presença de 47 mil 'elitizados', que puderam pagar mais da metade de um salário mínimo em um ingresso, arrecadando, no total, R$ 22 milhões. Para este ano, resta o sabor amargo dos organizadores de não contar com o público - e nem com a bilheteria.
Pagando caro e querendo espetáculo, a torcida 'elitizada' não perdoou o que viu no primeiro tempo e fez a equipe de Tite sair do gramado sob vaias para o intervalo. Mesmo com a vitória no segundo tempo encaminhada, os torcedores pareciam mais empolgadas em fazer a famosa 'hola', do que incentivar a equipe.
Enquanto a 'hola' não vinha, boa parte dos torcedores ficavam calados. E é isso que deve se repetir no jogo de hoje: o silêncio. Em 2019, Daniel Alves, capitão daquela Seleção, reclamou: 'É sempre muito complicado jogar aqui em São Paulo (...) Se o Tite gritasse na beira do campo, a gente escutava' - disse ele, que ironicamente hoje joga no São Paulo e tem o Morumbi como casa.
SEM TORCIDA, SEM BOLSONARO
Outra coisa que não deve se repetir é a presença do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). O político confirmou, por meio da Casa Civil, que não vai comparecer ao evento de abertura da competição neste domingo, em Brasília.
Porém, como Bolsonaro é conhecido por mudar de ideia em suas decisões, a cerimônia ainda pode contar com a presença do presidente. Vale lembrar que o político é um dos grandes defensores da disputa dos jogos no país.
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