Treinador impede medalhista de falar sobre racismo e política: ‘Está proibida’
Ordem partiu de treinador-chefe da seleção brasileira de boxe Mateus Alves durante cerimônia de entrega de medalhas no Pan-Americano, em Lima (PER)
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Um caso curioso ocorreu durante a cerimônia de entrega de medalhas do boxe feminino nos Jogos Pan-Americano. A boxeadora Jucielen Romeu, medalhista de prata na competição, foi abordada pela equipe do "UOL" para falar sobre racismo, já que é de costume por parte da atleta falar sobre temas do assunto. Entretanto, a reportagem foi prontamente vetada pelo treinador-chefe da seleção de boxe Mateus Alves em falar sobre o assunto, afirmando que ela está proibida de falar sobre assuntos como racismo, empoderamento feminino e até mesmo política.
- Ela não pode falar disso. Está proibida. A seleção não é lugar para falar dessas coisas. Ela não pode falar desse tipo de coisa. Não pode falar de política - disse Mateus, de acordo com o portal "Uol", interrompendo a entrevista de forma rude e se colocando à frente da atleta na zona mista.
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Terceiro sargento do Exército Brasileiro, Juci, como também é conhecida, sempre foi uma atleta bastante vocal sobre assuntos do tipo e se posicionando com frequência. Treinada pelo técnico Breno Macedo, da Macedo & Macedos Boxe em Rio Claro (SP), a atleta, que foi nascida e criada na periferia, foi moldada sob a filosofia da academia, que enxerga o esporte como uma plataforma que combate preconceitos da sociedade, como racismo, fascismo e discriminação à mulher.
Procurado pela reportagem do "UOL", o Comitê Olímpico do Brasil negou qualquer tipo de censura na delegação da Seleção Brasileira de boxe.
- A única orientação que temos é a carta olímpica. Não há qualquer censura por parte do COB - afirmou o comitê.
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