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Treinador que pulou alambrado para proteger a família durante tiroteio no Rio relata receio na volta ao trabalho

Ao LANCE!, comandante do sub-20 do Serra Macaense contou como foi o momento de drama e a reação da esposa, que segurava a filha do casal de apenas quatro meses


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O dia 31 de outubro de 2021 ficará para sempre na memória de Rodrigo Ribeiro, o Rodriguinho, comandante da equipe sub-20 do Serra Macaense, que se viu em um tiroteio durante uma partida no estádio Moarcyzão, em Macaé, interior do Rio de Janeiro. Durante a confusão, a transmissão do jogo flagrou o treinador correndo para ajudar a esposa e a filha do casal. As duas estavam na arquibancada. 

Assista acima o momento em que a partida foi interrompida e o treinador, no centro do vídeo (a partir dos 22s), já aparece na arquibancada e pega a filha no colo. A esposa de Rodriguinho se deitou no chão para proteger a bebê de quatro meses. 

Em papo com o LANCE!, Rodriguinho relatou aqueles segundos de tensão.

- Entendemos o que estava acontecendo na hora do segundo tiro, pois foi uma sequência. Ai todos saíram correndo para se abrigar. Naquele momento com minha família na arquibancada foi um sentimento de medo de algo acontecer com minha esposa e filha. Minha filha tem quatro meses - iniciou.

- Minha reação foi pular na arquibancada e pegar minha filha que estava no colo da minha esposa deitada no chão, e pedir pra minha esposa se abrigar. Minha esposa hoje está bem, mas ela ficou muito assustada, uma pessoa que nunca vivenciou aquilo... É bem triste - concluiu o treinador.

Rodriguinho - Treinador do Serra Macaense Sub-20
Rodriguinho comanda o Serra Macaense Sub-20 (Foto: Eduardo Araujo/Serra Macaense)

Rodriguinho já voltou ao trabalho após a partida contra o Carapebus, que foi interrompida aos 28 minutos do segundo tempo e está sub judice, no aguardo de uma decisão do tribunal para a definição do resultado final do jogo.

O treinador relatou que nunca viu aquela situação no estádio, mas que teme que isso volte a ocorrer. Ele ainda lamenta o fato de não poder mais levar a esposa e a filha para o jogo, por motivos de segurança.

- Nunca vivenciei aquilo no Moarcyzão. Dizer que não tenho receio seria mentira da minha parte... Infelizmente (pode) acontecer isso de novo, mas é nosso trabalho... É pedir sempre proteção a Deus. É o que peço da nossa parte. Proteção a Deus, para que nos proteja - iniciou.

- Não sei se minha família vai me acompanhar mais, por um tempo. A gente vive no futebol sempre, quase não temos tempo para a família. Então a gente sempre tentar ficar próximo, levar a família para o jogo. Mas agora tem essa situação que é meia chata - concluiu.

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