Vini Jr presta depoimento na Espanha e reafirma ter sofrido insultos racistas

Atacante do Real Madrid, Vini Jr prestou depoimento nesta quinta-feira (5) em processo sobre insultos racistas sofridos no dia 21 de maio em jogo contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol. Segundo a agência de notícias 'EFE', o brasileiro reafirmou em juízo ter sofrido ataques racistas naquela partida e que pretende seguir com processo judicial.

Os advogados de três homens que foram banidos para sempre de jogos no estádio do Valencia esteve presente no local e afirmou que "Vinícius teve uma atitude arrogante" e que "provocação é inerente ao futebol".

Segundo o "El Plural", Éder Militão também é aguardado para prestar depoimento. Representantes da La Liga e do Real Madrid estiveram no local durante a audiência.

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Relembre o caso:

Vini Jr sofreu injúria racial de torcedores do Valencia em maio. Após reagir contra a situação, o atacante foi expulso pelo árbitro do jogo. Nas redes sociais, o brasileiro compilou vídeos de torcedores de Atlético de Madrid, Valladolid, Mallorca e Barcelona. Depois da crítica de Vinicius à La Liga, o presidente da entidade, Javier Tebas, discutiu com o jogador nas redes sociais.

- A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos... Tudo registrado. Mas o discurso sempre cai em “casos isolados”, “um torcedor”. Não, não são casos isolados. São episódios contínuos espalhados por várias cidades da Espanha (e até em um programa de televisão) - começou Vini, na ocasião.

- As provas estão aí no vídeo. Agora pergunto: quantos desses racistas tiveram nomes e fotos expostos em sites? Eu respondo pra facilitar: zero. Nenhum pra contar uma história triste ou pedir aquelas falsas desculpas públicas. O que falta para criminalizarem essas pessoas? E punirem esportivamente os clubes? Por que os patrocinadores não cobram a La Liga? As televisões não se incomodam de transmitir essa barbárie a cada fim de semana? O problema é gravíssimo e comunicados não funcionam mais. Me culpar para justificar atos criminosos também não. Não é futebol, é desumano - completou.

O caso teve grande repercussão também no Brasil, o que gerou manifestações de clubes, jogadores, jornalistas e entidades. O presidente Lula e o ministério do esporte também repudiaram o caso. Vini Jr se reapresentou nesta segunda-feira ao Real Madrid e teve uma conversa com o presidente Florentino Pérez sobre o assunto.