‘Você pode não ser influenciado pelo vírus, mas sim pela economia’, diz Kaká, sobre o coronavírus
Ex-atleta comentou redução dos salários dos jogadores devido à pandemia e alertou o colapso financeiro da crise. Ele afirmou estar triste com a prisão de Ronaldinho Gaúcho
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O ex-jogador Kaká, ídolo de São Paulo e Milan, concedeu entrevista ao programa "Jogo Aberto", da "Band", nesta quarta-feira, e comentou sobre a paralisação do futebol devido à pandemia do coronavírus e alertou o colapso financeiro da crise. O craque ainda comentou os difíceis momentos de lesão, a tristeza de ver o amigo Ronaldinho Gaúcho preso e sobre a decisão de pendurar as chuteiras.
- Um momento especial na vida de todos nós. Difícil a situação que a gente está vivendo hoje, única. Eu converso com pessoas mais velhas do que eu e ninguém nunca passou por essa situação. Um momento de muitas reflexões. Momento de aproveitar para sair melhor dessa situação.
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Depois de ser questionado sobre a diminuição dos salários dos atletas, Kaká explicou seu posicionamento e se mostrou preocupado com as possíveis dívidas dos clubes quando a crise sanitária passar.
- Todo mundo vai ter que ceder um pouco. Esse equilíbrio da balança agora será o grande segredo entre saúde e economia. Muita gente, quando se fala de economia, só pensa na questão de dinheiro. Aí entra em uma discussão mais delicada. Que a gente possa entender economia como o sistema que a gente vive, a roda, engrenagem que a gente escolheu de capitalismo para as coisas acontecerem - e finalizou:
- Então, você pode não ser influenciado pelo vírus, mas, pela economia, você será influenciado. Acredito que os atletas terão que se adaptar à essa situação. A corda vai arrebentar nos clubes, na confederação, no governo em geral.
Ao ser elogiado pelo comentarista Chico Garcia, jornalista da "Band", Kaká afirmou que parou de jogar no tempo certo e contou que tem uma saudade muito boa, mas que não sente a mesma vontade de estar no campo.
- Eu parei no momento que eu tinha que parar. Não sinto falta nenhuma de estar no campo. Até a minha decisão de para foi muito consciente e planejada. A gente nunca sabe se é a hora certa - comentou, e lembrou como foi a escolha de deixar os gramados.
- Fiz alguns exercícios, pensei durante um ano no Orlando City. Aí, fui ao Milan, ao Real Madrid, e vi se estando naqueles lugares onde o nível é alto, se eu estando ali, eu sentiria essa vontade de estar em campo. Não seria nestes lugares, mas sabia que estava dentro de mim essa vontade de estar em campo. Assisti aos jogos e senti vontade nenhuma. Apenas de estar onde eu estava. Foi um momento especial e a decisão foi parar de jogar.
Companheiro de Seleção de Ronaldinho Gaúcho, Kaká também foi questionado sobre a prisão do ex-jogador no Paraguai. R10 segue detido em Assunção após ser detido com identidades falsas no desembarque ao país e a Polícia local ainda investiga o envolvimento dele e de seu irmão Assis com um esquema maior de documentos falsos.
- É muito triste. Não temos as informações todas para poder falar. Para nós, que convivemos com o Gaúcho e tivemos essa relação de amizade e conquistas, é muito muito triste ver ele passando por essa situação. Que a gente possa ver ele como gostamos de ver: sorrindo, jogando bola e se divertindo.
Aos 37 anos, o ex-São Paulo, ex-Milan e ex-Real Madrid explicou como foram os dias complicados onde ele precisou superar uma série de lesões. Entre coluna e joelho, o ex-camisa 8 da Seleção contou que viveu "um dia de cada vez.".
- Foi um período da minha vida que foi especial, mas muito difícil pelo momento. Não consigo desvincular isso da fé e foi um tempo que eu tive que aprender muito sobre esperar, paciência, confiar, e entender que tem momentos da nossa vida que a gente precisa viver um dia de cada vez. Nunca sabemos, na verdade, mas planejamos.
Antes de finalizar a entrevista, Kaká também avaliou o momento do São Paulo. Quando questionado se o clube tricolor precisaria de um título para se manter "ativo" no cenário nacional, o ídolo são-paulino falou em "estabilidade" e pediu sequência ao trabalho do treinador Fernando Diniz.
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