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Levantamentos mostram o domínio de KC Frost no futebol americano do Brasil

Dados do Mapa do FABR R colocam o norte-americano na liderança de duas estatísticas entre estrangeiros

KC Frost já está há 12 anos no Brasil
imagem cameraYan Barros/Divulgação
Dia 30/05/2022
14:03

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Os números não mentem e mostram que o quarterback KC Frost é um dos mais importantes estrangeiros que já atuaram no Brasil. Há doze anos no país, o atleta do Spartans Football tem seu nome ligado à história do futebol americano nacional. Um dos desbravadores da modalidade em terras tupiniquins, o jogador tem quebrado recordes no esporte da bola oval por aqui.

Recentemente, o perfil do Instagram Mapa do FABR divulgou duas listas com os estrangeiros que mais marcaram e passaram para touchdowns (TDs) no Brasil. E para a surpresa de zero pessoas, o jogador que encabeça as duas listas é KC Frost, com longa margem de vantagem para o segundo colocado.

Apesar de sua função principal no futebol americano ser passar a bola, Frost é o atleta de outro país que mais marcou touchdowns no Brasil, com 72. Esse número o faz ficar bem à frente do segundo colocado, Glodie Biteke, que teve 48 pontuações máximas da modalidade.

Já em relação aos lançamentos para touchdowns, KC Frost se destaca mais uma vez. Ele é o único estrangeiro que passou da contagem em mais de uma centena de vezes neste quesito. De acordo com os dados do Mapa FABR, o norte-americano da Califórnia deu passes para TDs em 139 ocasiões, quase o dobro do segundo colocado na lista, que é Drew Banks, com 70 lançamentos.

Em entrevista para a Valinor Conteúdo, KC Frost lembrou da sua chegada ao Brasil no início da década passada e também o que essas marcas representam para a sua carreira.

“Confesso que nunca fui muito ligado às estatísticas, pois o que mais importa para mim são as vitórias e as derrotas. Eu fui criado assim no esporte. Mas eu gosto disso em relação a alguns pontos principais. Primeiro, lembro de quando cheguei no Brasil (em 2010) e ainda não tinha muitos estrangeiros. Algumas pessoas costumam falar que eu fui pioneiro neste aspecto e me orgulho disso. E depois do sucesso que tivemos no Corinthians, no início da década passada, vi a reverberação que isso provocou. Muitos outros estrangeiros tiveram o interesse em jogar no Brasil e muitos times brasileiros ficaram interessados em buscar talentos de fora”, comenta.

“E o segundo ponto é que conheço muitos nomes das duas listas. Alguns deles são pessoas que converso e considero meus amigos. Além disso, são grandes talentos e que fizeram grandes contribuições para o futebol americano brasileiro. Não são listas de nomes quaisquer ou com os únicos atletas de fora que vieram. Na verdade, não. Vieram muitos jogadores e muitos atletas de qualidade. Para mim, significa muito liderar essas duas categorias em função do peso dos nomes na lista”, completa.

Perguntado se prefere fazer um touchdown ou dar um passe para um colega fazer a pontuação, KC Frost destacou que são sentimentos distintos. O jogador norte-americano também faz questão de ressaltar a importância da linha ofensiva no sucesso do seu trabalho.

“É um tipo de emoção que muda. Quando lanço um TD para um companheiro e ele marca, a sensação é mais completa. A comemoração é coletiva. O touchdown é o resultado, mas a construção para aquele momento acontecer é um caminho longo. E quando essas coisas se encaixam e dão certo dentro de campo, a sensação é ímpar. Porém, por outro lado, sou extremamente competitivo. E essa sensação de correr e ver alguém na sua frente e saber que o único trabalho dessa pessoa é te parar e você pensa: ‘você não vai conseguir me parar’. Mostrar o domínio nesta situação é outra sensação ímpar. São tipos de felicidades diferentes. Mesmo correndo para TDs, tenho os meus bloqueios. Então, continua sendo um trabalho coletivo. Por isso, quero agradecer a minha linha ofensiva. O sucesso de qualquer quarterback, seja correndo ou passando, acontece pelo trabalho da linha ofensiva dele”, destaca.

Contribuição com o esporte nacional
Muito articulado, KC Frost diz que sempre buscou contribuir não apenas nas quatro linhas, mas também para o desenvolvimento do futebol americano no Brasil. Além de ressaltar o salto de qualidade da liga nacional nos últimos anos, o atleta norte-americano está contribuindo com o Brasil Onças, a Seleção Brasileira da modalidade.
Nos últimos anos, o quarterback está conciliando a rotina de atleta nos Spartans com a de coach dos defensive backs na seleção nacional.

“Minha participação na seleção é como coach dos defensive backs. Tenho amplo conhecimento, principalmente, como safety. É uma posição que exerci na faculdade. Joguei o primeiro ano na Dartmouth College, onde atuei por quatro anos. A primeira temporada joguei como quarterback e os últimos três anos como safety. Então, embora a maior parte da minha carreira tenha sido como quarterback, o nível mais alto que joguei foi como safety. Tenho essa dupla visão, esse duplo conhecimento e essa experiência”, explica.

De acordo com Frost, esse conhecimento tanto na defesa quanto no ataque é fundamental para que ele possa orientar os jogadores do Brasil Onças.

“Como defensive back sei o que estou lendo do ataque, principalmente do quarterback. Quais são as dicas, as deixas e as tendências (que ele pode fazer no jogo). Consigo usufruir disso na defesa. Já como quarterback, devido a minha experiência como safety, tenho essa leitura de campo. O entendimento de posicionamento de corpo, abertura de quadril e tudo isso, que são as deixas e dicas para o quarterback. Esse duplo conhecimento acaba ajudando para ser mais efetivo, tanto em uma posição quanto na outra”, salienta.

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