Pela primeira vez, 10 quarterbacks negros iniciam a temporada como titulares na NFL
Oportunidades mostram mudança de mentalidade e também a evolução do jogo com características trazidas por esses nomes
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Quarterbacks dentro do jogo de futebol americano são posições consideradas como nobres. As cabeças pensantes dos times e que necessitam de uma capacidade de liderança, além de muita inteligência para ler as defesas, tomar decisões e também ter o playbook, inúmeras vezes extenso, totalmente afixado à memória. Essa função, por muito tempo, foi privada dos atletas negros, que carregavam consigo o estigma de serem excelentes competidores, mas pouco capazes de exercer o papel de liderança que a posição exige, impedindo o sucesso dessas figuras na liga. Raízes de um racismo estrutural. Mas essa situação, temporada após temporada, vem mudando na NFL.
— A ideia de que alguém não possui os recursos intelectuais para jogar naquela posição por causa de sua raça caiu no esquecimento, e isso é uma coisa positiva — celebra Charles K Ross, professor de estudos afro-americanos da Universidade do Mississippi e autor do livro 'Atrás das linhas: os afro-americanos e a integração na NFL', em entrevista ao jornal 'The New York Times'.
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Cam Newton, Teddy Bridgewater, Dwayne Haskins, Lamar Jackson, Patrick Mahomes, Kyler Murray, Dak Prescott, Tyrod Taylor, Deshaun Watson, Russell Wilson
— The Undefeated (@TheUndefeated) September 13, 2020
10 Black starting QBs in Week 1 -- the most in a season opener in NFL history 🙌🏾 pic.twitter.com/k0tyBrAb3k
Pela primeira vez em uma rodada inaugural da Liga, 10 quarterbacks negros iniciaram as partidas como titulares, o maior número já registrado. Destaque também para a mudança de patamar que esses atletas construíram, tendo os mais altos salários da NFL, como são os casos de Patrick Mahomes e Deshaun Watson.
Deshaun Watson takes a seat with Patrick Mahomes after running out of bounds. A lot of 💰 between those two.
— NFL Update (@MySportsUpdate) September 11, 2020
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Uma semana 1 que confirma a liderança e genialidade de Russell Wilson; a ótima primeira impressão deixada por Cam Newton nos Patriots, com a missão de substituir Tom Brady; a redenção para Teddy Bridgewater no Carolina Panthers; a capacidade monstruosa de Lamar Jackson, último MVP da temporada regular, pelos Ravens; além das chances a nomes como Tyrod Taylor (Chargers), Dwayne Heskins (Washington) e Kyle Murray (Arizona), esses três últimos que levaram seus times à vitória; e também Dak Prescott, buscando se ajustar sob o comando do estreante Mike McCarthy em Dallas.
Para que essa 'revolução' acontecesse, outros abriram caminhos. Nomes como Doug Williams. Warren Moon. Randall Cunningham. Steve McNair. Donovan McNabb. Michael Vick. Colin Kaepernick. No ano passado, Lamar Jackson foi apenas o terceiro QB negro a faturar um prêmio de jogador mais valioso da temporada regular. Com a conquista de Patrick Mahomes em 2018, foi a primeiras vez que QBs negros levaram o prêmio de MVP por temporadas consecutivas. Dois atletas que vêm redimensionando a posição, trazendo um jogo que mescla a ameaça do jogo corrido com a combinação de passes e agilidade, tendência da liga que vem se afastando das características de um quarterback mais centralizado no pocket.
Lamar Jackson lets it fly to Hollywood Brown for a big gain! @Lj_era8 @Primetime_jet #RavensFlock
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📺: #CLEvsBAL on CBS
📱: NFL app // Yahoo Sports app: https://t.co/DTlgEUZamw pic.twitter.com/zEl9K4pMdq
Atualmente, a estimativa da liga aponta que 70% da força de trabalho, ou seja, de jogadores da NFL, são negros. Uma reportagem do jornal 'The New York Times' mostrou que no ano passado, 12 quarterbacks negros iniciaram jogos na NFL, acumulando um total de 138 partidas, o maior número da história da liga.
A quantidade recorde acontece em uma semana 1 marcada por homenagens e manifestações em todos os jogos pelas vítimas de injustiça sociais, pedidos pelo fim da violência policial, que fez vítimas recentes como George Floyd e Breonna Taylor, e do racismo. A NFL vem apoiando as manifestações dos atletas, que contam com a liberação dos proprietários de times e dos técnicos. Um novo momento para a liga tanto no aspecto do jogo quanto no caráter social.
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