Emily Lima explica recusa ao Brasil e motivo de ter assumido comando de rival sul-americana
Brasileira é treinadora e coordenadora técnica da seleção peruana desde 2023

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Ex-jogadora de São Paulo e Santos, Emily Lima seguiu um caminho pouco comum na gestão esportiva: não à Seleção Brasileira Feminina e aceitou o desafio de comandar o futebol feminino do Peru, depois de passagem pela seleção equatoriana. Desta vez, em dupla função: como coordenadora técnica e treinadora.
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Com licença Conmebol e PRO/CBF Academy, Emily iniciou a carreira internacional ainda como atleta. Nos últimos anos em campo, atuou na Espanha e na Itália. Com espanhol aprimorado, encarou como “natural” o convite para ser coordenadora técnica da seleção do Peru.
— É algo que eu já havia pensado, mas eu não queria deixar de ser treinadora ainda… Entendi que eu conseguiria, junto com meu staff, fazer as duas funções. A motivação do desafio é de poder me treinar, pois se futuramente quero isso (trabalhar na gestão esportiva), eu preciso estar praticando — refletiu, em entrevista exclusiva ao Lance!.
Em campo, além de Santos e São Paulo, jogou no Saad São Caetano, Prainsa Zaragoza, UE L Estartit, Napoli e Transportes Alcaine, seu último clube, na temporada 2009/2009. Mas pendurar as chuteiras não significou ficar longe do mundo do futebol, muito menos de seus bastidores.
Cada vez mais atletas buscam profissionalizar em outras funções do esporte. Além de Emilly, são exemplos Aline Pellegrino, ex-Seleção e hoje Gerente de Competições CBF, e a multicampeã Rosana Augusto, atual treinadora do Red Bul Bragantino.
Emily explica recusa à Seleção Brasileira feminina
Emily Lima foi a primeira treinadora da Seleção Brasileira, entre 2016 e 2017, após a demissão de Vadão. Ela permaneceu por dez meses no cargo até o retorno do antigo técnico. Sob seu comando, as brasileiras conquistaram sete vitórias, um empate e cinco derrotas em treze partidas.
Em 2023, durante reformulação da Seleção Feminina do Brasil, Emily foi cotada, mas recusou convite para assumir a coordenação técnica do Brasil. Ela detalha os fatores que levaram à escolha.
— Eu não queria deixar de ser treinadora e não me sentia preparada para assumir a Seleção Brasileira, que disputa todas as competições internacionais de alto nível, por isso não aceitei. Aqui (no Peru) eu vou treinar, me preparar, estudar…. — disse a brasileira.
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Sem se rotular como alguém que abre portas, a coordenadora defende o aprimoramento profissional como chave para superar barreiras de gênero no esporte e comemora a tendência de maior inserção de treinadoras no mercado.
— Os homens têm o mercado bem maior que nós e isso vai além do futebol. Hoje, as atletas estão estudando antes de se aposentar, o que não se via dez anos atrás. E isso vai facilitar o processo pós aposentadoria. As oportunidades vão aparecer devido a esse conhecimento — projeta.
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Emily à frente da Seleção Brasileira Feminina (Foto: Divulgação/CBF)
O desafio de desenvolver o futebol feminino peruano
Meses após a dizer não à Seleção, Emily foi convidada para dirigir o Peru. No país vizinho, começou como técnica da seleção principal, mas hoje tem função estratégica.
Minucioso, o trabalho de coordenadora técnica envolve planejamento do calendário das seleções principal e de base, Datas-Fifa, até adaptação das atletas à altitude de Quito. O principal objetivo, segundo ela, é desenvolver a modalidade.
— Hoje, a Federação deu um passo importante para o desenvolvimento do futebol feminino não só na seleção, mas no país, que foi a criação da categoria Sub-15. É algo que acrescentou para nós e eu tenho total apoio (da Federação) — ressalta.
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Em 2024, o Peru chegou, de forma inédita, às oitavas de final do Sul-Americano Sub-20. As peruanas fecharam a primeira fase na vice-liderança do Grupo A, à frente da Argentina, terceira colocada. Apesar do feito, ela mantém os pés no chão, mas reconhece avanços.
— Hoje nós temos atletas de futebol, ontem nós tínhamos jogadoras de futebol (...) A expectativa da Copa América é superar a última campanha. Entendemos que ainda falta trabalho, falta desenvolvimento, para que possamos sonhar em entrar na repescagem. Nossa ideia é muito pé no chão — finaliza a dirigente.
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