Além das quatro linhas: o legado de Megan Rapinoe para o futebol feminino e causas sociais

Ícone do futebol feminino anunciou que vai se aposentar ao fim desta temporada

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Bicampeã do mundo pelos Estados Unidos. Campeã olímpica. Vencedora da Bola de Ouro. A carreira de Megan Anna Rapinoe é marcada por títulos e conquistas dentro e fora de campo. Aos 38 anos, a lenda anunciou neste sábado que vai se aposentar ao fim da temporada 2023 e terá, praticamente, como último ato a Copa do Mundo na Austrália e Nova Zelândia.

A CARREIRA: FUTEBOL CORRE NAS VEIAS
O esporte sempre esteve no DNA da família Rapinoe. Filha de um treinador de futebol, chamado de "soccer" nos Estados Unidos, Megan iniciou sua trajetória ainda criança. No ensino médio, o "high school", optou por jogar no Elk Grove Pride, ao invés do time de sua escola. Se destacou e recebeu vários prêmios, além de ter jogado ao lado de sua irmã-gêmea, Rachel.

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No futebol universitário, defendeu o Portland Pilots, quando se tornou bolsista integral nos tempos de faculdade. Contudo, em 2004, sua trajetória na equipe foi interrompida, visto que Rapinoe foi convocada para defender os EUA na Copa do Mundo Feminina sub-19. Fez sua estreia, enfim, pelo Pilots em 2005 e ajudou a equipe a se sagrar campeã da liga, obtendo ainda mais destaque como jogadora, aos 20 anos.

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TRAJETÓRIA PROFISSIONAL: ACOSTUMADA A VENCER
Em 2009, Rapinoe foi "draftada" (termo utilizado nos EUA para escolha de jogadores para equipes, comum na NBA e na NFL) para o Chicago Red Stars, na temporada inaugural da WPS (Women's Professional Soccer), divisão de elite do futebol feminino no país. Ao longo dos anos, peregrinou por vários clubes e em 2011, chegou a atuar pelo Sidney FC, da Austrália, em sua primeira experiência internacional. No mesmo ano, disputou sua primeira Copa do Mundo, eliminando o Brasil nas quartas e amargando o vice-campeonato para o Japão.

No ano de 2012, se sagrou campeã olímpica pelos Estados Unidos em Londres, com uma espécie de "revanche" contra as japonesas, vitória por 2 a 1 em Wembley. Em 2013, se transferiu para o Olympique de Lyon, uma potência no futebol feminino. Contudo, sua passagem na França não teve tanto destaque. No mesmo ano, foi para o Seattle Reign, onde atua desde então.

BICAMPEÃ DO MUNDO: 2015 e 2019
A trajetória de Megan Rapinoe pela seleção dos EUA foi marcada pela presença em três finais e dois títulos conquistados. Na Copa do Mundo de 2015, disputada no Canadá, goleada por 5 a 2 sobre o Japão. Quatro anos depois, em 2019, Rapinoe se consagrou bicampeã do torneio com sua seleção, além de ter feito história na competição ao marcar seis gols (um destes, na final contra a Holanda) e ter sido eleita a craque do Mundial.

ATIVISMO: LEGADO FORA DE CAMPO
Além de sua carreira vitoriosa nos gramados, Megan Rapinoe também deixa um legado em sua luta por causas sociais e ativismo. Homossexual assumida, a atacante se manifesta constantemente sobre os direitos da comunidade LGBTQIA+ e é filantropa da GLSEN (Gays, Lesbians, & Straight Education Network), uma organização que busca combater a desigualdade e bullying nas escolas dos EUA.

Rapinoe ganhou as manchetes em 2016, quando se ajoelhou durante o hino nacional estadunidense, em apoio ao ex-quarterback do San Francisco 49ers, da NFL, e ativista dos direitos civis Colin Kaepernick, que teve a carreira no futebol americano interrompida por conta de seus protestos.

A jogadora se recusava a cantar o hino do país, por motivações políticas. Em 2019, após conquistar o título da Copa do Mundo Feminina na França, Rapinoe se recusou a ir para a Casa Branca se encontrar com o então presidente Donald Trump, por discordâncias ideológicas. A jogadora também milita pela igualdade de gênero e luta pela equiparação salarial entre mulheres e homens, não somente no futebol.

TÍTULOS DE RAPINOE
LYON

Campeonato Francês: 2012/13
Copa da França: 2012/13

OL REIGN
NWSL Sheild: 2014, 2015 e 2022
The Women's Cup: 2022

SELEÇÃO DOS EUA
Copa do Mundo Fifa: 2015 e 2019
Jogos Olímpicos: 2012
Algarve Cup: 2011, 2013 e 2015
Campeonato Feminino CONCACAF: 2014 e 2018
SheBelieves Cup: 2018

PRÊMIOS INDIVIDUAIS
Melhor jogadora da Copa do Mundo Fifa: 2019
Ballon d'Or: 2019
Bola de Ouro da Copa do Mundo Feminina: 2019
Chuteira de Ouro da Copa do Mundo Feminina: 2019
FIFPro World XI: 2019 e 2020
Melhor jogadora do mundo pela IFFHS: 2019
Seleção Mundial Feminina da IFFHS: 2019
Equipe feminina ideal da CONCACAF na década 2011–2020 pela IFFHS

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